A equipe voluntária responsável pela produção do bolo de Santo Antônio realizou na terça-feira (21) a fase de testes em recheios, massas e cremes. O sabor tradicional é uma prioridade, com a utilização de cerca de cinco mil ovos, 250 quilos de farinha e açúcar.

Pelo segundo ano coordenando a produção, a confeiteira Fernanda Côrrea conta que o teste é essencial para calcular os ingredientes que serão utilizados e decidir os fornecedores. Neste ano, serão produzidos 15 mil potes do bolo do “Santo Casamenteiro”, incluindo duas mil alianças.

“Normalmente, a produção conta com mais de 100 pessoas envolvidas em todos os setores que envolvem a fabricação do bolo, desde compras até a produção, limpeza e armazenamento. Nos dividimos em três turnos, que começam às 7h e vão até às 22h. Assim, vamos nos revezando em turnos e as equipes são trocadas, tanto na produção do bolo quanto no recheio e armazenamento. Toda equipe é voluntária, todos são paroquianos da catedral de Santo Antônio, são pessoas que estão sempre envolvidas no serviço, e nós fazemos um grande trabalho voluntário. E é muito bonito de ver”, descreve.

A equipe coloca a mão na massa literalmente. O pão de ló é caseiro, com uma calda para umedecer. Em seguida, é feito o recheio com creme de confeiteiro e chocolate, com cobertura de chantilly. Caso não encontre a aliança, o sabor do bolo está garantido.

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Fernanda é confeiteira há 20 anos (Divulgação)

Causas para agradecer

A voz de Fernanda se emociona ao falar sobre os motivos para agradecer. A confeiteira relata que utiliza o dom da confeitaria como uma forma de servir à sua fé, como uma maneira de agradecer pelas graças. Neste ano, Fernanda foi diagnosticada com síndrome de Guillain-Barré, um distúrbio autoimune que afeta o sistema nervoso, causando paralisia temporária.

“E você fica com as pernas paralisadas, os braços paralisados; eu paralisei o meu rosto, intestino, bexigas, os órgãos, como do abdômen. Fiquei de cadeira de rodas, hospitalizada por 16 dias, saí de cadeira de rodas e levei mais uns dois meses para começar a andar sozinha, aquela readaptação, fisioterapia. Lá no hospital eu já me preocupava: ‘Meu Deus, como eu vou fazer o bolo este ano?’. A gente já tinha essa preocupação, mas para a honra e glória do Senhor Jesus, pela intercessão de Nossa Senhora e de Santo Antônio, eu estou de pé, trabalhando, normal. A minha recuperação, o médico falou que seria de quatro a seis meses, e esta semana faz quatro meses e eu já estou ótima.”

“Hoje eu até fui lá no hospital e levei um bolo para as enfermeiras que cuidaram de mim, que eu prometi e falei: ‘Olha, eu vou, quando eu estiver 100% bem, eu vou trazer um bolo aqui para vocês’. E foi muito bonito, elas me esperaram, elas foram muito carinhosas nos 16 dias que fiquei hospitalizada, e este ano, então, para mim tem um sabor diferente, sabe? Eu estar lá coordenando o bolo, estou até emocionada falando com você, mas é que realmente tem um sentido diferente, eu fui agraciada.”

Venda das fichas

A produção do bolo começa uma semana antes da festa do padroeiro, comemorada no dia 13 de junho. Os convites para os bolos em pote estão disponíveis por R$ 10 e podem ser adquiridos na secretaria da paróquia ou após as missas da Catedral Santo Antônio.

Este ano, serão distribuídas 2 mil alianças. Assim como nos anos anteriores, o bolo será vendido em potes, garantindo a higiene do alimento.

Os bolos serão distribuídos no dia 13 de junho, a partir das 6h30. Caso haja sobras, estas serão disponibilizadas no mesmo dia, a partir das 17h.

A Catedral Santo Antônio está localizada na Rua Lydia Bais, 29.