Com rua intransitável, linhas de ônibus mudam rota para desviar de ‘atoleiro’ no Noroeste

Dois dias após dois ônibus do transporte público de Campo Grande atolarem na Rua Urupês, no Jardim Noroeste, a situação permanece sem soluções à vista. Em meio a isso, a única opção encontrada para evitar o ‘atoleiro’ foi recalcular a rota, tornando o trajeto ainda mais longo para os passageiros.

O trecho sem asfalto é conhecido pelo alto índice de veículos atolados durante o período chuvoso. A situação é tão crítica que, por dois dias consecutivos, os veículos ficaram presos em meio à lama.

Para desviar da Urupês, o ônibus da linha 517, Hércules Maymone – Noroeste, entra na Rua Perdizes, vira na Senador Vergueiro, segue na Rua Conquista e desce até a Pinhal, para, enfim, acessar novamente à Rua Perdizes.

O incidente ocorreu por volta das 7h50 de segunda-feira (8). A parte frontal do veículo chegou a ficar danificada durante a manobra. “A confusão continua; nosso carro não consegue entrar em casa por conta do barro”, relatou.

No domingo, a linha 520 também teve todas as rodas atoladas em meio ao barro. “Essa é a situação de nossa rua. Toda vez que chove, é um sufoco sair de casa. Não conseguimos nem a pé e nem de carro. Existem poças de água parada que são perigosas”, disse uma moradora.

Moradores se sentem desamparados

Cleonir Lopes da Silva trabalha como motoentregador em uma revendedora de gás. Ele relata que a situação se arrasta há anos e impacta diretamente seu trabalho, uma vez que a rua intransitável o obriga a fazer o trajeto a pé.

“Aqui é muito complicado para descer com a moto, por isso, quando faço entregas, desço e sigo até o local a pé. Acho bem ruim porque preciso carregar o botijão de gás e voltar com o vasilhame nas costas”, relata.

O entregador ressalta que presenciou o ônibus preso na lama na última segunda-feira (9). Segundo ele, a situação é recorrente e, no mesmo dia, um carro de entregas dos Correios ficou das 12h às 18h atolado no local.

“Ninguém vem aqui, não passa um trator, não colocam pedras, nada. Além disso, tem dias que mesmo sem chuva estoura um cano e a rua vira um lamaçal”, afirma.

O que diz a prefeitura?

Em nota, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que irá avaliar a possibilidade de mudanças na linha de ônibus do bairro Noroeste. Conforme a nota, devido à obra no cruzamento com a Rua Adventor Divino de Almeida, uma equipe da Agetran se deslocou ao local para avaliar e propor uma rota alternativa, se necessário.

Após o incidente de domingo, a Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos) havia informado que avaliaria a situação na segunda-feira e adotaria as medidas necessárias para melhorar as condições de tráfego.

“A solução definitiva depende da conclusão da obra de drenagem, e a chuva frequente tem atrapalhado o andamento dos trabalhos”.

Asfalto é sonho antigo para quem vive no Noroeste

Rua Urupês, no Noroeste (Foto: Lethycia Anjos, Midiamax)

Aguardado há mais de 40 anos, o asfalto no Bairro Jardim Noroeste ainda parece um sonho distante aos moradores que passaram anos ouvindo promessas de melhorias que nunca chegaram.

Bairro com menos asfalto de Campo Grande, no Noroeste apenas 11.564 metros são pavimentados – ou 11,564 km – contra 97.555 metros, ou 97,555 km de ruas sem pavimentação.

Em 2022, a prefeitura anunciou projeto de asfalto no Noroeste. A proposta previa a implantação de 4 km de drenagem, dois ‘piscinões’ com capacidade para reter 10 milhões de litros de água e 1,4 km de asfalto da Rua Urupês, entre a Rua Indianápolis, no Jardim Noroeste, até aEW-1, um dos acessos à Chácara dos Poderes, que terá um trecho asfaltado, assim como a NS-01.

Orçada em R$ 20 milhões, as obras de pavimentação, oficialmente anunciadas em setembro do ano passado, começariam no ponto mais problemático do bairro, a Rua Urupês. No entanto, passado quase um ano, moradores seguem à espera do asfalto.

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