O céu aberto, poucas nuvens e vento forte são condições ideais para “voar alto” com pipas. Durante as férias escolares, os gramados de Campo Grande reúnem pipeiros que adoram o esporte. No entanto, a brincadeira inofensiva pode ter desfechos trágicos quando há uso de linha com cerol ou chilena.

Alexandre Pedroso, subcomandante da GCM (Guarda Civil Metropolitana), destaca que o período de férias e o clima favorável aumentam o número de crianças soltando pipa por lazer.

“Não há crime em soltar pipa. Porém, quando se opta pelo uso de elementos cortantes, além de se tornar uma infração, coloca vidas em risco, podendo ocasionar acidentes no trânsito envolvendo principalmente motociclistas e o risco junto às redes elétricas”, explica.

Portanto, a Guarda planeja ações em todas as sete regiões durante todo o período, com foco especial nos finais de semana, promovendo ações preventivas e orientando sobre o uso de cerol e linha chilena.

Multa de R$ 5 mil

Pedroso explica que existe previsão legal contra o uso de cerol e linha chilena. A Lei Complementar n° 388/2020 alterou a Lei Complementar n° 116/2008 e aumentou a multa para pessoas flagradas utilizando ou vendendo materiais cortantes para pipas. A multa para estabelecimentos é de R$ 5 mil, enquanto na lei anterior era de R$ 1 mil.

Para cidadãos flagrados com esses materiais, a multa varia de R$ 200 a R$ 1 mil, além da apreensão do material.

pipa
Linhas apreendidas pela GCM (Divulgação)

Recorde de fiscalização

Ao longo de 2023, a GCM atendeu a 76 chamados ou operações de fiscalização envolvendo pipas com cerol, ou linha chilena. A região do Anhanduizinho registrou o maior número de chamados, totalizando 36.

Os números deste ano são ainda mais altos, pois até quinta-feira passada (18) foram 87 atendimentos a chamados ou operações de fiscalização dessa natureza. Novamente, a região do Anhanduizinho lidera, sendo a parte sul do município com maior número de atendimentos.

Risco à vida

Em janeiro deste ano, durante as férias escolares, Cátia Pavaneli Cardoso, 34 anos, morreu em Três Lagoas, a 323 quilômetros de Campo Grande, vítima de um acidente com linha de cerol. Ela estava na motocicleta CG Titan 150 vermelha, com seu filho na garupa.

O médico emergencista da Santa Casa de Campo Grande, Rodrigo Quadros, enfatiza que as linhas de cerol ou chilena são extremamente perigosas devido ao potencial cortante, especialmente para motociclistas em movimento.

“No caso dos motociclistas, a linha pode atingir a região cervical, cortando pele, músculos e outros tecidos como uma faca. Esta área é crítica devido à presença de vasos sanguíneos importantes, como a artéria carótida e a veia jugular interna, com risco de sangramentos graves e até levar à morte.”

Primeiros socorros

Em casos de acidentes com linhas cortantes, Quadros recomenda avaliar a segurança do local para evitar novos acidentes. É essencial sinalizar o ambiente e chamar socorro, como o Samu pelo 192 ou os Bombeiros pelo 193.

“Ao contatar o socorro, informe a situação. Se houver sangramento intenso, faça uma compressão direta no local para controlar o sangramento, protegendo-se para evitar contaminação. Deve-se usar uma camiseta ou outra peça de roupa”, afirma.

Para lesões menores, o tratamento pode envolver sutura, curativos ou antibióticos. Lesões mais graves exigem cuidados hospitalares, incluindo intervenções cirúrgicas por especialistas em cabeça e pescoço, traqueostomia e reconstruções de grandes vasos e outras estruturas afetadas.

Essas alterações visam melhorar a clareza e a fluidez do texto, além de corrigir pequenos erros gramaticais e de pontuação.

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