Com onda de calor, comerciantes da Capital apostam em bebidas geladas para alavancar vendas

Caldo de cana e água de coco viram atração no centro da cidade

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Vendas aumentam no período de calor intenso (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Campo Grande bateu o recorde de calor do ano nesta terça-feira (24), ao atingir 39,8°C. É oficialmente o dia mais quente de 2024. Nesta quarta-feira (25), o cenário desértico não será diferente. Com o calor intenso, vendedores têm aproveitado para investir nas vendas de produtos que ajudem a amenizar as altas temperaturas, muito requisitados pelos campo-grandenses que passam ou trabalham na região central da cidade, como caldo de cana, água mineral e água de coco.

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É o caso da Deuzelia Porto, que há 5 anos tem uma barraca de água de coco e caldo de cana entre as Ruas 15 de Novembro e 14 de Julho. Para ela, o calor é sempre uma ótima oportunidade para alavancar as vendas das bebidas e fazer uma ‘graninha’ extra. Mas, dessa vez, as altas temperaturas trazem uma reflexão difícil sobre as mudanças climáticas.

“Sobre as vendas, não posso reclamar porque estão boas, mas, em toda a minha vida, nunca vi um calor desse. Só que isso é consequência do próprio ser humano que está acabando com a floresta, com tudo”, afirma.

Na barraca, o caldo de cana varia de R$ 7 (copo de 400 ml) a R$ 16 (garrafa de 1 litro). Já a água de coco varia de R$ 8 (copo de 400 ml) a R$ 20 (garrafa de 1 litro).

Conforme a vendedora, após o almoço é quando a procura pelas bebidas aumenta consideravelmente, e o que mais sai neste período é a água de coco porque ele ajuda diretamente na hidratação durante o dia. Já o caldo de cana é escolhido por aqueles que só querem algo bom e geladinho para amenizar o calor.

“O calor é bom devido às vendas, mas pela saúde, deixa a desejar. Tem dia que sinto um mal-estar por causa da onda de calor. Até eu bebo muita água de coco, é o meu café da manhã. Todo dia, quando chego aqui, é a primeira coisa que faço”, conta.

E a concorrência?

Pertinho de Deuzelia, do outro lado da esquina, entre a Rua 15 de Novembro e a Avenida Calógeras, tem outra barraca, da Marli de Souza, que vende as mesmas duas bebidas. Mas, para ela, isso não é um problema.

“O sol nasce para todos. O cliente procura o lugar onde ele é bem atendido e tem produto bom. Esse é meu diferencial. Deixo cadeiras disponíveis para quem quiser. Tem clientes quem vêm aqui, pedem água de coco e ficam sentados trabalhando enquanto se refrescam um pouco”, explica.

Marli concorda. Há 21 anos ela trabalha com a venda das bebidas naturais no centro de Campo Grande. Nesses anos de profissão, já dividiu espaço com muitos outros vendedores.

Marli de Souza (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

A empreendedora concorda que o calor ajudou a dar uma agitada nas vendas, mas ainda não sabe o quanto isso impactou a renda. Na sua barraca, a saída de água de coco e caldo de cana é bem parecida, então sempre mantém o estoque completo, pronto para atender até às 17h.

“O pessoal tem medo de ficar desidratado ou doente por causa do calor, então tem dia que a água de saí mais”, explica.

Lá, o preço varia de R$ 7 (copo de 300 ml) a R$ 10 (copo de 500 ml). Já o caldo de cana custa de R$ 4 reais (copo de caldo de cana) a R$ 25 (garrafa de 2 litros). Há também água mineral de 500 ml por R$ 3.

Oportunidades para novos investimentos

Ronaldo Graciliano tem uma loja de produtos naturais na Rua 15 de Novembro, próximo ao Mercadão. Conforme o empresário, desde que o calor intenso começou, muitas pessoas passavam por lá perguntando se vendia açaí ou sorvete. Como ele não tinha, viu que esta seria uma ótima oportunidade de aumentar as vendas e atrair mais clientes para seus produtos principais.

Após dois anos de empresa aberta, este ano ele decidiu colocar um freezer de açaí e outro de sorvete. “A procura tem sido muito grande, principalmente essa semana que o calor está muito grande. Como a tendência é que esse calor continue até o fim do ano, a gente espera que aumente ainda mais as vendas”, explica.

Conforme Ronaldo, oferecer esses produtos ajudou a alavancar até a venda de produtos naturais já que, enquanto os clientes aguardam o pedido ficar pronto, exploram a loja e levam outros produtos.

“Eu acho esse calor ótimo. Ouço muito mais reclamações no frio do que no calor. Os campo-grandenses já estão acostumados a essas temperaturas, então, prefiro o calor”, afirma.

Ronaldo Graciliano (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

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