Campo Grande enfrenta déficit de 5 ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e aguarda o processo de locação de 10 novas viaturas, atualmente, segundo revelou o coordenador do serviço, Ricardo Rapassi.

A informação emergiu durante audiência pública realizada na última quinta-feira (29) na Câmara Municipal. Na ocasião, a demora no atendimento realizado pelo Samu em Campo Grande foi um dos principais assuntos discutidos.

O encontro foi proposto pela Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis para que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) realizasse esclarecimentos sobre os atendimentos à população e prestação de contas referente ao 3º quadrimestre do exercício financeiro de 2023.

“Já estamos atuando para repor esses medicamentos e 60 deles estão em fase de finalização da entrega, entre eles dipirona e antibióticos, que podem ser entregues em até 15 dias. E nós calculamos que nos próximos 30 dias nós tenhamos praticamente 90% de toda a rede de medicamentos com processo licitatório de compras vigentes”, afirmou o superintendente.

Rapassi ressaltou o déficit de 5 ambulâncias e pontuou, também, que o serviço aguarda o processo de locação de 10 novas viaturas.

“Hoje em Campo Grande nós contamos com 16 veículos tipo furgão. Mas, destas, apenas 9 estão em funcionamento nas ruas e as outras 7 estão em manutenção. Da nossa frota atual, apenas uma é ano 2020 e está no último ano de vida útil dela. Todas as outras são anos 2018 e 2019, que, por critério do próprio Ministério da Saúde, já deveriam ter sido trocadas, pois ele prevê a troca dos veículos a cada cinco anos”, disse.

Número de ocorrências acima da média nacional

Ainda segundo Ricardo, a maioria das ambulâncias tem uma média de 350 a 400 mil quilômetros rodados, o que representa uma quilometragem excessiva. O número alto está diretamente relacionado ao alto número de ocorrências na Capital – segundo o coordenador, é o que provoca demora no atendimento das ocorrências.

“O nosso Samu atende o dobro da média nacional. Se compararmos com Goiânia, eles fazem 14 atendimentos por 100 mil habitantes e em Brasília, são 23 atendimentos por 100 mil. Em Campo Grande, nós fazemos em torno de 50 atendimentos por 100 mil. Apesar de estarmos dentro do dimensionamento que o Ministério indica por população, o quantitativo de ocorrências nosso é muito elevado”, enfatizou.

“O Samu é um reflexo da cidade, quando falta educação no trânsito, quando falta segurança pública e questões de crimes contra a vida, sobrecarrega todo o Samu. O Samu daqui roda demais, por isso a gente tem o desgaste dessas ambulâncias”, complementou o coordenador.

Solicitação de novas bases

Além do pedido de 10 novas ambulâncias, Ricardo falou ainda que a prefeitura solicitou ao Ministério da Saúde 6 novas bases para completar as 14 já existentes na Capital.

“Nós somos habilitados e qualificados para 14 bases, sendo 4 de suporte avançado e 10 de suporte básico. Hoje nós rodamos com 3 de suporte avançado e 6 de suporte básico. Como falei, a nossa média de atendimento é muito alta, e a gente espera receber mais ambulâncias para termos um ganho em tempo resposta no atendimento as vítimas”.

O pregão para locação das 10 novas viaturas está previsto para ser realizado no dia 28 de março. Após o leilão, o prazo é de cerca de 90 dias para os veículos chegarem.