Com fumaça preta ‘dia e noite’, frigorífico vira pesadelo de moradores na Vila Jacy
Vizinhos relatam problemas para respirar e muita fuligem diariamente
Karina Campos –
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Nesta semana, Campo Grande recebeu para teste a circulação de um ônibus movido a GNV (Gás Natural Veicular), como medida para reduzir significativamente as emissões de poluentes, logo, diminuir em 90% a emissão de gases de efeito estufa na cidade. Contudo, na Vila Jacy, moradores passam pelo pesadelo de conviver dia e noite com a emissão de fumaça preta de um frigorífico.
Uma das vizinhas, que prefere anonimato, conta que há uma chaminé em atividade na empresa, com a queima de querosene para combustão da lenha. Inúmeras denúncias aos órgãos competentes teriam sido feitas, mas sem sucesso.
“Não foi por falta de tentativas, de conversas, denúncias, reclamações. Os acontecimentos são desde 2010. Moradores e síndicos do condomínio ao lado, localizado na Ernesto Geisel, foram conversar com os representantes do frigorífico a fim de achar uma solução, mas os que se apresentaram como responsáveis na época escutaram as reclamações, entregando até um ofício, em 2023, relatando tudo que estava acontecendo, porém, nada foi feito para melhorar a situação”, descreve.
Nas imagens registradas pelos vizinhos, há emissão da intensa fumaça escura. Conforme a publicação da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), em 4 de junho deste ano, a empresa foi notificada do esgotamento de prazo para renovar a licença ambiental.
‘Não sabemos mais o que fazer’
Outra moradora relata que o esposo idoso sofria de problemas cardíacos e enfisema pulmonar. Ficar em casa era desagradável diante do odor e fumaça que estaria sendo emitido pela queima de lenha no frigorífico.
“Ele como ninguém sofreu muito com essa fumaça fedida. Fui à empresa várias vezes reclamar; eles amenizavam, mas voltava tudo de novo e fica até hoje. Não sabemos mais o que fazer. Mora próximo crianças, bebês e idosos. Todos estão horrorizados com essa situação, com a nossa saúde”.
Dia e noite, sol e chuva
Outra vizinha mais próxima do frigorífico desabafa sobre a rotina e como tenta se proteger da fuligem e fumaça. Para secar as roupas, ela precisa estender dentro de casa, pois já dispensou o varal externo.
“Nem em dia de chuva temos paz. Precisamos ficar trancados em casa. No condomínio tem a piscina e o parquinho, mas não dá para respirar, dá muita dor de cabeça. O nosso cachorro não pode ficar para fora. Eu fico pensado, um dia posso chegar em casa e meu cachorro estará morto porque essa fumaça é demais. Na varanda, não posso estender o varal com roupas, se não mancha, tenho que deixar em casa. Não posso abrir a porta, porque a chaminé fica aos fundos”.
O que diz a Semadur
Os moradores apresentaram protocolos de denúncias e imagens sobre a situação. Em nota, a Semadur diz que atendeu a denúncia citada, que relatava apenas a questão da poluição pelo odor, o que no momento da vistoria não foi identificado.
Entretanto, com esta nova denúncia relatada, a fiscalização será encaminhada novamente ao local para o flagrante.
Confira o vídeo:
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