O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Campo Grande mudou as regras para agendamento da castração de animais e pegou ONGs (Organizações não-governamentais) e protetores independentes de surpresa. Segundo eles, a nova regra pode dificultar ainda mais o trabalho de cuida dos bichinhos.
“Antes, as ONGs tinham direito a 10 vagas de castração. Do nada eles diminuíram para 3, e agora, simplesmente estão determinando que ONGs e protetores não podem mais passar os protocolos para o adotante levar os animais lá”, diz a protetora Laura Cristina, da Amigo Fiel.
“Estão dizendo que somente o protetor tem que levar o animalzinho. Tudo isso para atrapalhar mais ainda o trabalho nobre, voluntário e árduo que nós realizamos na causa animal”, desabafa ela em postagem nas redes sociais.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o CCZ percebeu a duplicação na cedência dos números de protocolo para a castração. “Isso significa que duas ou mais pessoas apareciam na sede da coordenadoria apresentando o mesmo número de protocolo. Sendo assim, a CCZ passará a exigir apenas o que já está determinado nas orientações do agendamento, ou seja, que o titular da vaga leve seu animal”, diz nota enviada ao Jornal Midiamax.

Rede de apoio para castrar os animais
As vagas para castração são divididas em 70% para a população e 30% às entidades de proteção animal e protetores independentes. A protetora voluntária Letícia Pereira conseguia os agendamentos e repassava para as ONGs, como forma de ajudá-las.
As vagas que as ONGs recebem não são suficientes para dar conta da demanda de castrações necessárias aos animais. Por exemplo, a Amigo Fiel repassava a vaga para que o adotante levasse o animais para castrar. Com as novas regras, apenas quem adota deve agendar e levar o pet para a cirurgia.
“Essa prática, que facilitou o trabalho de inúmeros protetores ao longo dos anos, foi alterada sem qualquer comunicação oficial na página do CCZ, deixando todos nós no escuro”, afirma Letícia ao Jornal Midiamax.

Entretanto, segundo a Sesau, todos os meses, há uma média de 20% de faltas nos agendamentos. “Muitos protetores dependem de vagas repassadas por aqueles que não podem utilizá-las, ou que conseguiram as vagas para ajudar quem mais precisa. Além disso, muitos trabalham e não têm a disponibilidade de ir à SUBEA para agendar e esperar horas. A flexibilidade de levar o animal no horário marcado sempre foi uma solução prática e eficaz”, explica à reportagem.
Ela conta que ao longo dos anos conseguiu agendar cinco vagas por mês. Letícia repassava as vagas para outras pessoas que realmente necessitavam. O CCZ também informa ao Jornal Midiamax que a partir de 02 de dezembro ofertará 5 vagas presenciais de segunda a sexta, às 9h da manhã, para ampliar a chance dos moradores.
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