Uma equipe do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) segue monitorando e levantando estratégias de combate ao incêndio detectado na madrugada deste domingo (2), em Corumbá.

Segundo a tenente-coronel do CBMMS, Tatiane de Oliveira, quando o incêndio foi detectado pelo geomonitoramento, a guarnição de combate a incêndio florestal foi deslocada ao local, mas enfrentou dificuldades de acesso devido ao terreno e vegetação densa, o que impossibilitou o combate direto.

Na manhã desta segunda-feira (3), a guarnição de combate a incêndio florestal da base avançada de São Lourenço esteve na região do Paraguai Mirim, onde outro incêndio também foi detectado.

Lá, uma vistoria técnica foi realizada com drone. Apesar das tentativas de combate direto, o terreno de difícil acesso e área alagada impediram o progresso.

“A guarnição permanece no local tentando o acesso ao fogo e traçando estratégias de combate”, pontua a comandante.

Corumbá amanheceu encoberta por Corumbá nesta segunda (Reprodução, Coronel Rabelo)

Operação Pantanal

Em Miranda, a guarnição de combate a incêndio florestal continua as atividades de queima prescrita na Fazenda Caiman com manejo integrado do fogo em área previamente delimitada de aproximadamente 1000 hectares.

Conforme a tenente-coronel, “a guarnição está em vigilância ativa no local devido à presença de focos”.

Este é o dia 63 da Operação Pantanal. Ao todo são 63 bombeiros militares atuando no monitoramento e combate aos incêndios florestais na região do Pantanal.

Seca histórica

A situação, acende alerta entre os especialistas que realizam o monitoramento da região, já que em 2024 é prevista uma seca histórica, que pode superar a vivida em 1964 no Estado.

Conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), só em junho de 2024, 52 focos ativos de incêndio florestais foram detectados pelo satélite em MS.

Já na região do Pantanal, 38 focos foram detectados só nos 3 primeiros dias do mês. Vale lembrar que 65% do território do Pantanal está em Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso.

Segundo a comandante, além da previsão climática de estiagem, a escassez hídrica também é preocupante e terá grande impacto em relação aos incêndios florestais em 2024, principalmente no bioma do Pantanal.

“Isso já está refletindo. Nós combatemos grandes incêndios desde janeiro, fevereiro. Atualmente, estamos com duas frentes de combate e isso tende a evoluir para um cenário cada vez mais crítico”, alerta.

Queimada no Pantanal

Sobre as queimadas registradas em Corumbá neste domingo (2), o coronel Ângelo Rabelo, ambientalista e presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), afirma que se trata de ação humana, e é categórico:

“O que está acontecendo não é só de responsabilidade do Corpo de Bombeiros, é também da sociedade”.

“Já estamos articulando ações para a região, os bombeiros estão mobilizados, mas é impossível ter um efetivo em uma área daquele tamanho, precisamos de um alcance muito maior. A queimada dessa noite foi ação humana, então as pessoas também precisam ajudar. Não se trata mais de questão ambiental, mas sim de sobrevivência”, acrescenta.

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