O Dia Mundial do Desporto Olímpico, também conhecido como Dia Olímpico ou Dia do Atleta Olímpico, é comemorado neste domingo (23). A data representa o simbolismo do espírito competitivo e, inseridos nesse patamar, atletas sul-mato-grossenses alimentam o sonho de um lugar no pódio mais almejado, apesar do fomento desafiador ao esporte no Mato Grosso do Sul.

Para o diretor-presidente da Fundesporte (Fundação do Desporto de Mato Grosso do Sul), professor Paulo Ricardo Martins Nuñez, a data representa um avanço no incentivo ao esporte do Estado desde a criação da pasta.

“Temos grandes eventos que passam pelo nosso estado com o apoio da Fundesporte, como voleibol de praia, atividades da confederação em parceria com o Governo do Estado no futsal, campeonatos brasileiros, Taças Brasil (…). Tem vários destaques, não só nas modalidades coletivas, mas também no paradesporto e nas individuais”.

Investimento Olímpico

Nuñez reconhece que o Estado é terra natal de várias estrelas que brilham em competições olímpicas e paraolímpicas. Contudo, a fundação tem por princípio apoiar integralmente esses esportes olímpicos. “Isso é uma hierarquia que existe a partir do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que é o comitê que rege os esportes no Brasil e trabalha com essa visão de apoio aos esportes olímpicos, assim como os estados brasileiros também têm esse incentivo. E o governo do Estado, através da CTSC e da Fundação”.

Sendo assim, o titular da pasta ressalta que, para o amparo no treinamento dos atletas que ganham destaque, foram investidos R$ 7 milhões para que federações, clubes e associações se inscrevam em editais para concorrer a um repasse destinado à compra de equipamentos.

“Temos essa preocupação e estamos ajudando esses atletas olímpicos a participarem de campeonatos mundiais, campeonatos de importância internacional. Quanto aos equipamentos, lançamos o edital este ano e em 2022. É uma grande ajuda aos clubes, federações e também aos atletas olímpicos, claro, para fomentar essa prática e melhorar as condições dos atletas, desde a formação até se tornarem atletas olímpicos”.

Promoção ao esporte em Campo Grande

Eventualmente, Campo Grande, por ser a Capital, dispõe de maiores recursos para os atletas, como pontos de treinamento e competições. Segundo a Funesp (Fundação Municipal do Esporte), o município disponibiliza o programa Movimenta Campo Grande, por exemplo, destinado à promoção de atividades físicas e lazer.

Outro incentivo seria a ‘Formação e Especialização Esportiva’, que engloba o projeto Jovem Talento Esportivo, oferecendo treinamento nas modalidades de atletismo, ginástica artística, ginástica rítmica, entre outras, incluindo o paradesporto.

“As turmas de especialização e aperfeiçoamento participam ativamente de competições ao nível estadual, nacional e internacional, representando nossa cidade com orgulho”.

No que diz respeito aos equipamentos esportivos das modalidades olímpicas, Campo Grande conta com as seguintes instalações:

  • Cemte (Centro Municipal de Treinamento Esportivo), com quadra de basquete oficial, disponibilizada pela Federação de Basquete de Mato Grosso do Sul;
  • Ginásio Guanandizão, com quadra oficial de futsal e handebol;
  • Parque Ayrton Senna, com pista de atletismo oficial, além de condições para treinamentos e competições esportivas;
  • Cefat (Centro de Formação de Atletas de Ginástica Artística), com professores profissionalizados e equipamentos oficiais adaptados para a prática da ginástica artística, para o desenvolvimento técnico e artístico de atletas;
  • Estádio Jacques da Luz dispõe de um campo de futebol para realização de competições oficiais.

‘Impossível formar campeões sem investimentos’

A sul-mato-grossense Talita Antunes conquistou o feito de mais de 75 medalhas em competições internacionais, sendo a primeira jogadora de vôlei de praia da história do naipe feminino. A atleta já participou das Olimpíadas em Pequim (2008), Londres (2012) e Rio (2016).

“A Olimpíada é o sonho de todo atleta e a medalha olímpica também. A trajetória é árdua e sem uma grande equipe, dificilmente alcançamos esse objetivo. Para isso, é fundamental um patrocínio, pois o investimento é grande. E, com certeza, o início é sempre mais difícil. Tive a oportunidade de jogar e trabalhar com grandes profissionais desde o início da minha carreira, o que me ajudou muito”.

Sobre os desafios de chegar às categorias de alto rendimento, a profissional é categórica: “O primeiro desafio é formar uma equipe, ter bons profissionais que auxiliem na evolução como atleta, ter resiliência para suportar os altos e baixos, superar as derrotas e, mais importante, trabalhar muito, pois não há atalhos no caminho para o alto rendimento”.

Sobretudo, Talita também ressalta que o esforço e o mérito próprio são incansáveis, pois também percebe que a falta de investimento no esporte é generalizada no Brasil. “Acho que isso não é um problema apenas do nosso Estado; é geral a falta de investimento. Converso com atletas de outros estados e eles relatam a mesma coisa.

paracanoagem
Rufino no último mundial, em maio deste ano (Arquivo pessoal, OTD)

‘Trabalho de anos’

Fernando Rufino, conhecido como Cowboy de Aço, carrega no currículo as vitórias na Paracanoagem, é campeão Paralimpíco de Tokyo 2021 e tri-campeão mundial. O último feito foi dobradinha brasileira no mundial de paracanoagem, com medalha de ouro.

“Estar em uma Olimpíadas é grande mesmo porque é trabalho de anos e anos. A preparação é feita muitas vezes em muitos pequenos detalhes, pois gente vem se qualificando em cada mundial que vai, experiência de estar entre os melhores atletas do mundo. Muitas vezes, o atleta tem dificuldade como a falta de estrutura e também a falta de conhecimento e o mais importante uma qualificação do seu técnico”.

Entretanto, Rufino desmistifica e garante positivos investimentos do Estado no esporte. “Tenho muito orgulho de sempre falar que recebemos o maior incentivo e investimento do Governo do Estado. Há pelo menos uns 10 anos a valorização do atleta e do treinador, com o programa Bolsa Atleta e Bolsa Técnico, dá tranquilidade para que possamos dedicar aos treinamentos e buscar cada vez resultados melhores”.

Lista de estrelas olímpicas de MS

  • Talita Antunes, de Aquidauana, no vôlei de praia;
  • Rafael Silva “Baby”, de Campo Grande, no judô;
  • Fernando Rufino “Cowboy de Aço”, de Eldorado, na canoagem;
  • Silvania Costa de Oliveira, de Três Lagoas, no atletismo;
  • Yeltsin Jacques, de Campo Grande, no atletismo;
  • Leonardo de Deus, de Campo Grande, na natação;
  • Debora Raiza Ribeiro Benevides, de Campo Grande, na canoagem;
  • Fabrizio Arlindo Nascimento de Oliveira, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Fernandes Celso Alves Vieira, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Hudson Hyure do Carmo Januario, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Igor Romero Rocha, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Leandro Gonçalves do Amaral, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Marcos dos Santos Ferreira, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Maycon Ferreira de Almeida, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Wesley Martins de Souza, de Campo Grande, no futebol de 7;
  • Michele Aparecida Ferreira, de Campo Grande, no judô;
  • Aléxia Nascimento, de Campo Grande, no judô.