Após discussão no ‘busão’, quem usa transporte define: faltam paciência e educação

Será que existe uma ‘etiqueta’ que deveria ser seguida para evitar atritos e manter a boa convivência? 

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Transporte coletivo em Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax).

Ônibus lotado, gente estressada, cansaço do dia a dia. Tudo isso pode ajudar a desencadear brigas e discussões dentro do transporte coletivo. Mas será que existe uma ‘etiqueta’ que deveria ser seguida para evitar atritos e manter a boa convivência? 

Fomos às ruas do Centro de Campo Grande para saber o que os usuários acham sobre isso. Nesta quinta-feira (17), um idoso se irritou com música alta tocada por um rapaz dentro do coletivo, e chamou o jovem para briga.

A Eloane Lopes, que é moradora do distrito de Anhanduí, pega ônibus todos os dias até o centro da cidade. Para ela, o que mais falta é respeito.

Falta de respeito

“Eu acho que o que mais tem é a falta de respeito dos jovens, de não ter lugar para as pessoas que realmente necessitam e o ônibus muito lotado. O pessoal não tem respeito na hora de entrar”, compartilha.

“Principalmente no ônibus que eu vou, todo santo dia é aquele ‘vuco-vuco’, aquele empurra-empurra, é muita falta de respeito”, completa a jovem.

Ela ainda considera que existem horários que são mais críticos. “Nos últimos ônibus, dos últimos horários, são os mais estressantes. Eu acho que as pessoas deveriam mesmo pensar no próximo, que o pessoal vem trabalhar todo santo dia, e também deveriam aumentar os horários das linhas”, avalia.

“Ônibus passando às 13h45, às 3:50 e depois às 4:20 é muito, muito longe. E aí é nisso que acontece de o ônibus ficar mais lotado ainda”, finaliza.

Outro usuário do transporte público, o Giovani Paulo Henrique Pereira, de 29 anos, relata que tem percebido as pessoas muito sem educação. “Quando o busão tá muito cheio, se você encosta em alguém, já acha ruim. Às vezes você vai falar alguma coisa e já querem até bater na gente. Eu acho errado isso, tem que ter educação, né? Paciência”, analisa.

Encarar com mais leveza

Ester da Silva, de 72 anos, há 15 anos é vendedora ao lado de um Peg Fácil no Centro. Ela entende o estresse e cansaço das pessoas, mas também considera que falta uma visão mais positiva em muitos usuários do transporte.

“As pessoas estão estressadas em qualquer lugar, em qualquer momento, não só no ônibus. Mas acredito que a gente não precisa brigar por causa de tudo, se estressar diante de qualquer coisa”, avalia.

“Quando estão tocando música alta no ônibus eu não me incomodo. Aproveito aquele momento para me distrair”, completa a idosa.

O que fazer diante de brigas

Giovani Paulo Henrique Pereira, de 29 anos (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax).

Giovani segue uma linha de raciocínio parecida. Ao ser questionado se nessas horas o ‘sangue ferve’, ele é taxativo: é preciso ‘segurar a onda’. “Às vezes a gente teve um dia de serviço um pouco mais estressante  e aí alguém fala alguma coisa, você vai querer debater, mas aí não dá certo, né? É melhor a gente ficar quieto”, considera.

Ele também relata que já testemunhou brigas e discussões dentro do ônibus, mas que nessas horas é preciso manter a calma. 

“Já vi até uma pessoa avançar na outra, queria bater dentro do ônibus, entendeu? Nessa hora, apartar não pode, né? É melhor chamar a polícia ou a Guarda Municipal. É mais seguro. Ao tentar separar a briga pode de repente vir pra cima de você, e aí? É complicado ainda mais”, pontua.

O que diz o Consórcio Guaicurus

Segundo a concessionária responsável pelo serviço de transporte coletivo em Campo Grande, para abordar essas questões são realizadas campanhas de conscientização periodicamente, “incentivando todos os passageiros a respeitar o espaço e o conforto do próximo.” 

Além disso, o consórcio ainda afirma que conta com a presença da GCM (Guarda Civil Municipal) fazendo fiscalizações em terminais e pontos, e uma equipe de apoio que atua em conjunto com os fiscais do consórcio e da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). 

“Essas equipes estão nos terminais e ônibus, buscando coibir comportamentos que atrapalhem a boa convivência”, diz o consórcio.

“Reiteramos que a participação de todos é crucial para que possamos construir um ambiente mais harmonioso e respeitoso no transporte coletivo”, finaliza a empresa.

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