Apesar de aval da Justiça, adolescente com problemas cardíacos aguarda cirurgia há 8 meses

Família saiu de Corumbá para Campo Grande com esperança de agilidade no atendimento, entretanto, aguarda há meses

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Adolescente chegou a ficar internado no CTI (Arquivo pessoal)

Há um ano, Sebastiana Aparecida e o filho, Deivid Ribeiro Domingues Medina, de 15 anos, saíram de Corumbá para Campo Grande em busca de melhor tratamento médico para o adolescente que enfrenta problemas cardíacos. Contudo, mesmo com uma decisão na Justiça, o paciente aguarda uma cirurgia pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Deivid tem o fechamento da CIA (Comunicação Interatrial), um defeito cardíaco que está presente desde o nascimento, caracterizado por uma comunicação (buraco) entre as duas câmaras superiores do coração. Esta comunicação causa um aumento do fluxo de sangue que vai para os pulmões.

Os primeiros sinais apareceram em um dia que, ainda criança, passou mal na escola e foi levado para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Corumbá. Consequentemente, o período foi marcado por uma sequência de exames, que ainda perduram.

“Falei ao cardiologista que eu não tinha edições de pagar um (procedimento) particular para fechar o buraquinho no coração dele. Ele fez esse laudo para me passar para o CEM (Centro de Especialidades Médicas). Fui ao CEM, na hora, consegui consulta com o cardiologista lá, que estava com urgência; me mandaram para a Casa Verde, a regularização. Então, falei para meu marido que tinha conhecidos em Campo Grande e que iria com a cara e coragem para salvar meu filho”.

Família enfrenta espera

Já em Campo Grande, o garoto ficou internado na Santa Casa, com dor torácica e dispneia. Período em que a família ingressou com uma ação na Justiça, que foi deferida.

Em janeiro deste ano, o juiz Claudio Muller Pareja, da 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, determinou que o município realizasse o procedimento, visto que a cirurgia é avaliada em R$ 100 mil.

Quase oito meses após a decisão do judiciário, a família amarga a espera e a piora do quadro, pois, geralmente, as crianças, adolescentes e adultos jovens portadores desta doença apresentam poucos sintomas. Com o avançar da idade, podem aparecer cansaço fácil e arritmias.

“Moramos no Jardim Inápolis, eu, meu marido, meus filhos e meu pai, que também está com diabetes, 91 anos, problemas sérios de saúde. Eu faço diárias de limpeza e meu marido está trabalhando em um açougue. Meu filho veio de Corumbá agora e está aprendendo com o pai para também trabalhar no açougue”.

Ajuda

Ainda na fila para exames, a família pediu ajuda de um deputado do Estado, que irá fornecer a ressonância magnética do coração em uma clínica particular.

A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), responsável pela regulação, entretanto, não obteve retorno até a publicação deste material. O espaço segue aberto para um posicionamento.

A família está arrecadando valores para o custeio dos exames e da cirurgia. O Pix é o (67) 99801-8251, Sebastiana Aparecida Domingues Medina, instituição financeira é o Nubank.

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