À margem do saneamento básico, 27 mil indígenas não têm nem sanitários em Mato Grosso do Sul

Dados gerais mostram que 25.681 indígenas utilizam apenas sanitários ou buracos para dejeções

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Pobreza extrema reflete realidade dos moradores das retomadas (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Dados do Censo 2022 escancaram a marginalidade e extrema pobreza dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. O saneamento básico não chega até a população indígena e Mato Grosso do Sul tem 27 mil vivendo sem banheiro – por vezes, só com um sanitário ou buraco no chão para dejeções.

É o que consta em mais uma etapa do Censo 2022, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última sexta-feira (23). A pesquisa de característica de domicílios mostra dados sobre tipos de domicílios, acesso à água encanada, banheiros e esgotamento sanitário.

Nesse contexto, dados gerais mostram que 25.681 indígenas utilizam apenas sanitários ou buracos para dejeções, enquanto outros 1.395 não tinham nem sanitário para a realização das necessidades básicas. Há ainda 12.541 indígenas que só têm banheiro de uso comum a mais de uma casa.

Situação crítica em cidades do interior de MS

No município de Japorã, 24,4% da população indígena tem apenas sanitário ou um buraco para as necessidades fisiológicos, o percentual da população indígena nessas condições também passa de 20% em Paranhos e Tacuru.

Coronel Sapucaia tem 13% de indígenas usando apenas sanitário ou um buraco, mesmo percentual de Itaporã. Em Amambai, 9,2% da população indígena tinha apenas sanitário ou buraco para dejeções, em Caarapó o percentual de população indígena nessas condições fica próximo de 10%.

Em Caarapó, são 2.913 indígenas que usam valas como banheiro e 360 indígenas sem nenhum acesso a banheiro ou sanitários.

Em Coronel Sapucaia, são 1,20 indígenas sem nenhum acesso a banheiro ou sanitários. Em Itaporã, são 153 indígenas nessas condições e, em Paranhos, 1,7 mil indígenas sem sanitários.

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