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Cotidiano

Viagem de ‘estreia’ da rota bioceânica acaba com caminhão de MS barrado por falta de documentação

Semadesc acompanhou embarque da carga, mas não evitou 'mico diplomático' na ação de marketing com políticos de MS
Lethycia Anjos, Aliny Mary Dias -
Caminhão JBS
Caminhão que inaugura a Rota Bioceânica (Divulgação, Semadesc)

Dois dias após sair de Campo Grande, o primeiro embarque oficial de mercadorias pela Rota Bioceânica está paralisado em Ponta Porã. O caminhão frigorífico permanece estacionado na Alfândega da Receita Federal desde a última sexta-feira (24) devido à falta de documentação. O impasse que trava a passagem da carga acontece mesmo com todo aparato criado pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia), que integra a viagem ao lado de empresários e políticos.

O primeiro transporte pelo Corredor Bioceânico, que irá ligar o Brasil aos portos do norte do , foi feito pelo frigorífico da Friboi, empresa da JBS. O grupo enviou 12 toneladas de congelada e desossada bovina em um caminhão refrigerado.

O caminhão integra um comboio composto por empresários, políticos e autoridades, entre eles Jaime Verruck, titular da Semadesc. A secretaria, inclusive, designou um assessor de logística do Governo para acompanhar em Campo Grande o embarque da carga de carne, que agora está impedida de seguir viagem.

A ação foi amplamente divulgada nos canais oficiais do Governo, mas não foi suficiente para impedir que o veículo fosse barrado pela fiscalização federal.

Ao Jornal Midiamax, a Receita Federal informou que caminhão não está retido, já que o termo ‘retenção’ na alfândega representa apreensão de carga, mas aguarda na alfândega até que toda a documentação solicitada seja fornecida pela empresa.

“A liberação depende da empresa, assim que a documentação correta for entregue o veículo será liberado”, informou.

Segundo a Receita Federal, a empresa solicitou auxílio jurídico e acionou um despachante para resolver a situação. A expectativa é de que a documentação seja entregue e a carga deve ser liberada ainda nesta segunda-feira (27).

O embarque inicial ocorreu na manhã da última quarta-feira (22), na unidade da fábrica localizada na saída para . O processo foi acompanhado pela Semadesc, que verificou as condições para a imediata utilização da via e os avanços na área de Aduanas e Autoridades Intervenientes de comércio exterior.

Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Semadesc informou que a situação está sendo apurada. Resposta semelhante foi enviada ao Jornal Midiamax pela JBS, responsável pela carga. A empresa respondeu que está “apurando a situação” e ainda não deu detalhes sobre o ocorrido.

Expedição com 100 pessoas não evita ‘mico diplomático’

A viagem que começou na última sexta-feira (24) é a terceira expedição da Rila (Rota de Integração Latino-Americana), que tem objetivo de percorrer todo o trajeto da rota bioceânica, de Campo Grande até Iquique, no Chile.

Neste ano, 30 veículos e 100 pessoas participam da expedição, entre eles políticos caronistas que deixam a atuação nos cargos de origem para participar da viagem que protagoniza ampla ação de marketing.

Neste domingo, a viagem teve incidentes envolvendo caminhonetes atoladas em estradas com poucas condições de tráfego para veículos pesados.

A agenda dos próximos dias será intensa, a previsão é que o grupo só retorne para Campo Grande no dia 5 de dezembro.

Confira abaixo o cronograma da expedição:

Dia 27/11 (segunda-feira)
– Segue viagem rumo a fronteira com o Chile (passo de Jama)
– Aduana e (Argentina e Chile)
– Segue viagem até San Pedro de Atacama – Almoço
Tarde livre. Pernoite em San Pedro de Atacama.

Dia 28/11/2023 (terça-feira)
– Segue viagem para Iquique
– Almoço em Iquique
Agenda com autoridades locais. Encontro com a carga transportada. Embarque da carga de retorno. Pernoite em Iquique.

Dia 29/11 (quarta-feira)
– Almoço em Iquique
– Agenda Oficial em Iquique (Participação no evento 4º FORO DE LOS TERRITORIOS SUBNACIONALES DEL CORREDOR BIOCEÁNICO CAPRICORNIO, com empresários chilenos, paraguaios, argentinos bolivianos e mais de 600 chineses com tradição em comércio internacional)
– Pernoite em Iquique

Dia 30/11/2023 (quinta-feira)
– Segue viagem para Salta
– Almoço San Salvador de Jujuy
– Jantar em Salta. Pernoite em Salta.

Dia 01/12 (sexta-feira)
– Agenda com autoridades Salta
– Rodada de Negócios
– Segue viagem San Salvador de Jujuy
– Agenda Oficial Jujuy
Pernoite.

Dia 02/12 (sábado)
– Segue viagem para Asunción
Jantar pernoite em Asunción

Dia 03/12 (domingo)
– Em Asunción. Agenda com autoridades.

Dia 04/12 (segunda-feira)
– Agenda Asunción, com autoridades
– Almoço Asunción. Saída para Ponta Porã.
– Jantar e pernoite em Ponta Porã

Dia 05/12 (terça-feira)
– Retorno e chegada em Campo Grande.

Rota Bioceânica

A Rota Bioceânica encurtará a distância para as exportações e importações brasileiras entre mercados potenciais na Ásia, Oceania e Costa Oeste dos Estados Unidos. Também integrará a América do Sul e transformará Mato Grosso do Sul em um hub logístico, um centro de distribuição de mercadorias.

Mato Grosso do Sul é o coração da rota, que vai seguir pela cidade de ; cruzará o território paraguaio por Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo.

Depois irá atravessar por território argentino as cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta; ingressando no Chile pelo Passo de Jama, até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique.

Obra de acesso à ponte custará R$ 472 milhões

Foi divulgado no Diário Oficial da União do dia 16 de novembro, o resultado da licitação para implantação de acesso à ponte da Rota Bioceânica, na região de Porto Murtinho. A empresa receberá R$ 472 milhões pelo serviço.

De acordo com o aviso de homologação e adjudicação, a licitante vencedora é a Construtora Caiapó Ltda (CNPJ 00.237.518/0001-43). O valor total da licitação é de R$ 472.410.911,22.

O objeto da contratação é a elaboração de projetos de engenharia, bem como a execução das obras de implantação e pavimentação de acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-267, contorno rodoviário de Porto Murtinho. Também fica a empresa responsável pela construção do Centro Aduaneiro de Controle de Fronteira.

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