Nesta sexta-feira (3), três indígenas foram detidos durante a ocupação da Fazenda Inho, em Rio Brilhante. Entidades apontam o território Laranjeira Nhanderu como parte da TI (Terra Indígena), que faz parte do processo de demarcação.

Segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas), os detidos são lideranças indígenas. “Eles estão todos bem, sem problema algum, estive conversando com eles para orientá-los e verificar a situação em que se encontram. Pediram para avisar os familiares que estão bem”, afirmou o advogado do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Anderson Santos.

Assim, disse que aguardam “o procedimento para buscar a liberdade de todos”. A Apib ressalta que esta é a terceira ocupação na área, com objetivo de retomada de terras.

O coordenador executivo da Apib, Kunumi Verá Ndy Juy, disse que os fazendeiros privam indígenas de utilizar a terra originária. “Eles estavam apenas dentro do mato, mas os fazendeiros continuam usando a terra deles. Agora eles começaram a retornar para o território deles”, apontou.

Em nota, a Articulação afirma que “imediatamente a polícia cercou os indígenas e está ameaçando realizar um despejo sem ordem judicial”.

A Polícia Militar confirmou que equipes estiveram no local. Contudo ainda não há detalhes sobre a atuação na ocupação.

Segundo a assessoria do MPF (Ministério Público Federal), o órgão em Dourados — responsável pela região de Rio Brilhante — “está ciente da situação e já começou a atuar”. Além disso, a Apib acionou “a defensoria pública, a sexta câmara do ministério público e demais autoridades responsáveis”.

Por fim, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) informou que o plantonista da 1ª Promotoria de Justiça de Rio Brilhante, promotor Jorge Ferreira, atende a ocorrência.