A morte de um bebê indígena, de 1 ano, passou a ser investigada por suposto caso de desnutrição grave. A criança vivia em um acampamento improvisado no Bairro Santa Felicidade, uma comunidade na periferia de Dourados.

Segundo informações, a criança teria morrido de come há dois dias e foi enterrada em uma aldeia próxima.

O deputado federal, Geraldo Resende, autor da denúncia, afirma ter recebido a informação envolvendo a criança através de representantes da igreja católica no município.

Segundo ele, esse não seria o primeiro caso registrado no local. A mãe da criança morta, afirma que seu filho faleceu pouco antes da chegada do resgate.

A mulher conta que o filho estaria vomitando com frequência há cerca de três dias, porém ela acreditava que o menino iria melhorar. Ao perceber que a criança estava sem forças, chamou pelo socorro, mas já era tarde.

A indígena disse que há cerca de dois anos mudou-se de Amambai para Dourados, mas somente conseguiu arrumar um barraco de lona, onde estava morando com seus quatro filhos: o que faleceu, duas meninas com sete e nove anos e um menino de oito anos.

No barraco de lona com chão batido, ela convive com uma irmã que também têm dois filhos.

A mãe relatou que recebe apenas um auxílio do governo federal, segundo ela no valor de aproximadamente R$ 400, o suficiente para comprar apenas alguns alimentos, que não perduram até o final do mês.

Para compensar, em alguns dias a família toma água com açúcar para aplacar a fome. O bebê Yude Aquino também era submetido a essa mesma dieta, intercalando o leite e a água adoçada.

As crianças sobreviventes frequentam a Escola Municipal Clori Benedetti que fica próxima e são beneficiadas com a merenda escolar.