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Cotidiano

Sem verba de R$ 200 mil, único centro de parto normal de Mato Grosso do Sul fechará as portas

Unidade realizou mais de 1,7 mil partos nos últimos sete anos e era opção para mulheres até de cidades vizinhas
Gabriel Maymone -
Centro de Parto Normal de Sidrolândia. (Foto: Reprodução/Facebook)

O Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, localizado em , funcionará somente até domingo (30). A partir de 1º de maio, o único centro de parto normal de será utilizado somente como porta de entrada para as gestantes de risco habitual que buscarem a unidade.

Reportagem do Jornal Midiamax de fevereiro mostrou a situação da unidade referência em parto normal no Estado, que já lutava par anão fechar as portas por falta de equipe de retaguarda, composta por profissionais capacitados para intervir em casos de intercorrências com as gestantes ou recém-nascidos.

A equipe demandaria R$ 200 mil por mês, recurso que a unidade não dispõe.

Então, conforme nota publicada nesta sexta-feira (28) pelo hospital, foi anunciado o fechamento das atividades para atender decisão judicial em Ação Civil Pública.

“Salientamos que buscamos reiteradamente apoio por parte do Poder Público para custeio da equipe de retaguarda e mantimento do Centro, mas não obtivemos retorno e dado a falta de recursos, tornou-se impossível a manutenção devido a determinação judicial”, diz a nota.

Por fim, o hospital reforça que tentou de todas as formas manter o serviço. “Enfatizamos, ainda, a nossa luta extraordinária pela prestação de serviço de saúde de qualidade aos cidadãos de Sidrolândia/MS mesmo diante dos diversos percalços e agradecemos a compreensão de todos para com o Hospital.

A unidade de Sidrolândia realizou 1.736 partos nos últimos sete anos. Era uma opção de parto não só para as mulheres do município, como para as cidades próximas, inclusive Campo Grande.

Maternidades não comportam demanda

tem poucas opções de maternidade, que muitas vezes não atendem à demanda do SUS. A doula Laís Camargo, afirma que desde dezembro de 2022, por várias vezes encontrou os hospitais lotados.

“A maternidade Candido não comporta a demanda, Hospital Universitário também vive cheio. O CPN era uma ajuda a atender interior e também a Capital, vamos perder muito enquanto não tivermos mais opções de maternidade”, explica a doula.

Mas o CPN não representa apenas mais uma opção de lugar para dar à luz. O espaço é referência em boas práticas em relação ao parto normal. “Tem muitas mulheres que não se sentem confortáveis com o ambiente hospitalar e o CPN é um meio-termo entre hospital e casa, além de extremamente seguro”, comenta Laís.

A defensora pública Thais Dominato, coordenadora do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa da Mulher), classifica o fechamento da unidade como lastimável. “É um retrocesso em termos de direito das mulheres. A gente precisa de outros centros como o CPN e não fechar ele. É uma lástima não haver um acordo para manter essa unidade”.

Mobilização nas redes sociais

O Coletivo de Mães de Bonito fez um post no Instagram sobre o tema, classificando como incalculável os danos do fechamento do CPN. Também tem mobilizado mulheres por meio de um abaixo-assinado.

“O CPN era um oásis. Um local com atendimento de excelência e números impressionantes de desfechos positivos, num Estado com altas taxas de cesarianas e partos normais recheados de intervenções desnecessárias, com atendimentos que ignoram a mulher e sua individualidade, baseados em rotinas ultrapassadas e sem evidências científicas”, diz a nota.

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