A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande se reúne, na manhã desta segunda-feira (10), na Prefeitura Municipal, com representantes de hospitais da Capital para tratar sobre a contratação de leitos privados para desafogar o sistema de saúde pública.

De acordo com o superintendente de Relações Institucionais da Sesau, Yama Albuquerque Higa, que participa do encontro, a Prefeitura deve contratar 30 leitos clínicos e 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), todos pediátricos.

Higa afirma que, por enquanto, não há valores fechados sobre quanto custará a contratação das vagas em hospitais privados. “A gente primeiro vai ver quem vai aderir, e aí a gente vai fazer as negociações a partir da adesão”, explica o superintendente.

Superintendente da Sesau, Yama Higa. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Conforme já mostrado pelo Midiamax, apenas o Hospital El Kadri possui leitos disponíveis para receber pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). As demais entidades estão com superlotação, como a Santa Casa, que não recebe novos pacientes há uma semana.

“A gente veio [para a reunião técnica] para ver se eles [hospitais] vão aderir o chamamento público, e na possibilidade fazer a contratualização de leitos. O El Kadri mostrou interesse. Tive resposta por e-mail da Unimed e da Cassems, mas na resposta eles se colocaram como hospital com superlotação”, explica Higa. Apenas os três hospitais deram um posicionamento à Sesau.

Porém, em nota da última quarta-feira (5) enviada ao Midiamax, o El Kadri afirmou que “o HGEK disponibilizou sua estrutura com 30 leitos operacionalizáveis em curtíssimo prazo para os gestores públicos da saúde municipal”. Assim, ainda faltariam 10 leitos para suprir a demanda da Prefeitura.

Devem participar da reunião com os representantes dos hospitais os setores de compras e jurídico da Sesau.

Caos na saúde

A Prefeitura de Campo Grande anunciou em 1º de abril que pretendia contratar leitos privados para desafogar o sistema público de saúde. A Capital vive uma alta de casos de síndromes respiratórias, concentrando 72% das internações no Estado por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

No fim de março, Campo Grande tinha uma demanda diária de 50 crianças à espera de vaga em hospital. O surto de doenças respiratórias atinge principalmente crianças e é mais grave em bebês.

A situação se agravou em razão da circulação dos vírus Covid-19, rinovírus, sincicial respiratório e influenza no período de volta às aulas e após o período de isolamento da pandemia, quando a circulação de vírus entre as crianças foi menor.