Sem adequação ambiental, gavetas de concreto quebradas revelam descaso no Cemitério do Cruzeiro
Espaço soma problemas, tem valas abertas e até ossadas à mostra
Karina Campos –
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Se a frase “quem morreu fica no esquecimento” precisasse de uma ilustração, o descuido dos túmulos no Cemitério Cruzeiro, em Campo Grande, seria a imagem perfeita. Túmulos de moradores sepultados e destinados para gavetas estão com o concreto quebrado, inclusive deixando a ossada dos corpos visível para quem passa.
O modelo vertical para o enterro seria um método para otimizar o espaço, já que houve um gradativo aumento de óbitos no período da pandemia. No entanto, segundo o que a reportagem apurou, não houve estudo técnico para implementação do enterro vertical em um dos cemitérios mais antigos da Capital.
O Jornal Midiamax foi até o setor do cemitério destinado aos túmulos verticais. No trecho não há lápides, a maioria dos túmulos tem escritas simples identificando o local. As laterais estão abrindo valas, “engolindo” túmulos mais antigos.
Em uma parte, um dos túmulos está inclinado a afundar na vala em direção a passarela de concreto onde está o espaço.
Um dos túmulos está com o concreto aberto e ossadas ficam à mostra. “Tampas” estão deixadas nas laterais da passarela, que são divididas em quatro fileiras, somando mais de 90 caixas de concreto.
Outro trecho em que se observa o abandono é o corredor de acesso, onde estão retiradas de estruturas de concreto, que seria de responsabilidade particular.
Em nota, a prefeitura disse que a limpeza e manutenção são feitas diariamente por meio de uma programação. “A Prefeitura não tem autorização para mexer em túmulos privados”, pontuou em nota.
Sobre o estudo técnico e condições da passarela de concreto, a reportagem entrou em contato com o município e aguarda retorno.
Notificação ambiental
Desde março deste ano, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviço Públicos) notifica titulares de túmulos/familiares sepultados nos cemitérios públicos municipais para adequação de jazigos segundo as regras ambientais.
A notificação seria uma medida de regularização ambiental para adequação à resolução Conama nº 335/2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. As regras definidas pela Resolução Conama nº 335/2003 implicam em várias ações para evitar impactos ambientais, como a contaminação do solo pelo chamado necrochorume, líquido gerado a partir da decomposição do corpo humano. Para evitar essa contaminação, vários requisitos devem ser atendidos, entre eles a impermeabilização da camada superficial do solo.
Uma das formas de regularizar os túmulos é construindo paredes que impeçam o contato do caixão com o solo e a construção de gavetas verticais, o que ainda libera espaço para novos sepultamentos. A prefeitura afirma que essa adequação deve ser feita conforme projeto aprovado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana. Para ter acesso a este projeto, os proprietários devem ir pessoalmente ao cemitério onde possuem jazigo ou parentes enterrados.
Criadouro de mosquito
Em dia de ‘chove e esquenta’, clima propício para proliferação do mosquito-da-dengue, o que não faltam são abrigadouros para larvas. Vasos de flores, copos com água e até brinquedos acumulam água parada.
A cidade enfrenta uma epidemia, com nível de alerta em todas as regiões da cidade, conforme o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), somando falta do inseticida Cielo UVL, o fumacê. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o Ministério da Saúde não faz o repasse desde o final do ano passado.
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