A chegada da frente fria derrubou as temperaturas a 7°C em Campo Grande. Para pessoas em situação de vulnerabilidade, o frio vem acompanhado de medo e insegurança. Visando prestar acolhimento a quem precisa, a SAS (Secretaria de Assistência Social) promove desde segunda-feira (12), a busca ativa e distribuição de cobertores. Até o momento foram realizadas 376 abordagens, 293 acolhimentos e entregues 392 cobertores.

Conforme a SAS, a chegada da frente fria era monitorada pelas equipes da Secretaria desde a semana passada, a partir disso foi possível conferir os estoques de cobertores e reabastecer as unidades de acolhimento, Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e orientar as 11 equipes do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social).

Por meio do FAC (Fundo de Apoio à Comunidade), foram entregues mais de 50 agasalhos aos acolhidos da UAIFA I (Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias), localizada no Jardim Veraneio, fruto da Campanha do Agasalho realizada pela Prefeitura.

Para o secretário de Assistência Social do município, José Mário Antunes, o apoio da população é fundamental no acolhimento às pessoas em situação de vulnerabilidade.

“As unidades estão estruturadas com mais vagas, cobertores e agasalhos, frutos de doações. Mas para que nosso trabalho seja completo, é fundamental nesse período de frio severo, que a população também ajude, apontando os locais com pessoas em situação de rua para irmos até elas e levar nossos serviços”, disse.

Na manhã desta quinta-feira (15), os termômetros marcaram 7,9°C em Campo Grande. Em meio a isso, foram realizadas 23 abordagens pelas equipes do Seas, 18 partiram de registros da população.

Para ampliar o número de atendimentos, a Superintendência de Proteção Social Básica mobilizou os coordenadores de Cras para acompanharem as demandas da comunidade e garantir a entrega de cobertores às famílias.

A dinâmica é realizada por meio de grupos de WhatsApp e em contato direto com os usuários que frequentam as unidades de Cras, que também oferecem suporte aos Centros de Convivência e Centros de Convivência do Idoso.

Morte por hipotermia

O frio pode trazer sérios riscos a saúde. Na manhã de quarta-feira (14), um homem identificado como Sidirlei Carvalho, de 57 anos, foi encontrado morto com sinais de hipotermia na Rua Osvaldo Aranha, no Bairro Jardim Monumento, em Campo Grande.

Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Civil e a perícia constataram o óbito, que foi possivelmente ocasionado por hipotermia em decorrência do frio. O corpo foi encontrado por um funcionário de uma madeireira.

Como ajudar pessoas em situação de rua

O Seas atende as demandas da população e realiza buscas ativas por meio de 11 equipes que se revezam em turnos nos sete dias da semana. As abordagem e oferta do serviço de acolhimento são realizadas 24 horas por educadores sociais e psicólogos.

Para acionar as equipes, a população pode entrar em contato pelos telefones (67) 99660-6539 ou 99660-1469, que funcionam de forma ininterrupta.

Ao receber a informação por meio do telefone celular, as equipes sediadas no Centro POP, vão até o endereço indicado para oferecer o acolhimento.

No local é feito um relatório sobre a situação do usuário, caso ele seja encontrado no ponto indicado. Independente de localizar a pessoa, a equipe faz uma devolutiva para quem acionou o serviço.

O acolhimento também é feito por meio da busca ativa em diversos pontos da área central, viadutos e próximo ao antigo terminal rodoviário. O objetivo é convencer a pessoa a sair das ruas, contudo, há uma parcela que recusa o atendimento, na maioria das vezes devido ao uso de substâncias psicoativas.

Conforme a SAS, as recusas de atendimento são um direito garantido pela Constituição Federal. Nesses casos são feitas as entregas de cobertores, mas as equipes retornam nos mesmos pontos com abordagens diferenciadas, a fim de reforçar a oferta do acolhimento.

Acolhimento a moradores de rua no frio
Acolhimento a moradores de rua no frio (Foto: Divulgação:PMCG)