Rio Negro está em 2° lugar no ranking estadual com menor desenvolvimento de domicílios em Mato Grosso do Sul, conforme os primeiros números do Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos últimos 12 anos, apenas 325 novas casas foram construídas no município, que fica a 150 quilômetros de Campo Grande.

O balanço indica que foram recenseados 2.348 domicílios em 2010, enquanto em 2022 foram 2.673, um crescimento de 13,84%. Destes, 2.661 são particulares permanentes ocupados, cerca de 66,5%.

A média de pessoa por moradia alcança 2,73. A cidade é considerada hóspede pelos recenseadores, pois houve entrevista com 1.688 pessoas, o que corresponde a 95,42% da categoria, e 81 moradores recusaram dar entrevista ao IBGE.

Há 11 domicílios coletivos, aqueles considerados com moradores que não precisam ter familiaridade para morar no mesmo lugar, como asilos, pensões e repúblicas universitárias; e apenas um imóvel particular, endereço que não é considerado uma casa, mas estava sendo ocupado como moradia, por exemplo, um bar ou viaduto. Nesta categoria, 81,82% foram dados coletados sem entrevista e 18,18% com.

Prefeitura discorda dos dados

O prefeito, Cleidimar da Silva Camargo, discorda dos dados populacionais apresentados pelo IBGE. Ele contesta o crescimento de moradores pela expansão da indústria, que gera mais empregos e a rede econômico do município, como aluguel e alimentação. O executivo deve estudar processos para rebater o balanço.

“Tivemos reunião [com o IBGE] onde eles apresentaram, mas discordamos da maneira como foi feito. Nos sentimos prejudicados, sabemos a realidade do município, que não diminui [nível populacional]. Temos a granja, a entrada da lavoura. Temos a convicção que passamos de cinco mil habitantes. O número de imóveis vazios diz que são mais de 180, mas hoje não acha casa para alugar, a procura está gigante com a chegada de mais empresas”.

Sandra Penariol se mudou para cidade há 34 anos, para fazer o “pé de meia” e é uma das empresárias na região. Para ela, o lar é considerado tranquilo e perfeito para quem busca harmonia. “Falta muita coisa na minha opinião para ser a cidade maravilhosa, tem esgoto a céu aberto na avenida, o bueiro desce fossa, a saúde é precária e precisa fazer exame em outro município, mas emprego melhorou. Rio Negro, pelo tamanho, tinha tudo para ser uma cidade maravilhosa, limpa principalmente”.

Queda em nível populacional

Na mesma proporção de poucas casas em expansão, a pesquisa indica queda de -0,4% na taxa anual do crescimento populacional. O último Censo pontuou 5.036 moradores para 4.841 residentes atuais. O IBGE ainda deve divulgar novos recortes que indique a migração de pessoas na região, por exemplo, como índices trabalhistas, avanço na indústria e economia.

Em disparada, a palavra “tranquilidade” é o sinônimo de morar na região. Outra moradora, que preferiu não se identificar, diz que, como qualquer cidade pequena, a calmaria reina entre os bairros. Os pontos negativos de insalubridade e mau cheiro na principal avenida incomodam.

“Tem ônibus que liga a Campo Grande para os jovens universitários terem acesso ao ensino superior. Fui para Campo Grande para cursar faculdade e logo voltei. A cidade é bem pequena e os comércios na avenida precisam suportar o cheiro de fossa. Algumas casas, acredito que ligaram fossa para cair no bueiro e isso transborda, então imagina o transtorno. O mercado novo que abriram está com a fossa transbordando, é constrangedor, mas as autoridades não tomam medidas”.

rio negro
Rio do Peixe (Prefeitura Municipal)

Você sabia?

Rio Negro era distrito de Corguinho, emancipada em 21 de novembro de 1958. A região foi criada por famílias japoneses, com o desbravador Massato Matsubara, que originou um assentamento chamado Faca de Pau, criando plantações e lavouras.

Como diversos cantos de MS, a cidade é conhecia pelo turismo de aventura e tem a Cachoeira do Rio do Peixe um cartão-postal. Com aproximadamente 70 metros de altura, o atrativo tem trilha, prainha, caverna e uma beleza sublime, perfeita para um “bate e volta” de cidades vizinhas.