O professor Gilvano Kunzler Bronzoni, presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), diz que pretende manter o diálogo com a comissão de educação da Câmara Municipal e com a Prefeitura de Campo Grande.

O sindicalista foi presencialmente assistir à votação da proposta aprovada por unanimidade em regime de urgência durante a sessão desta manhã de sexta-feira (10), na Casa de Leis. Ontem, ficou concedida a verba indenizatória em caráter temporário para os professores da rede pública municipal de ensino, ativos e inativos. Então, os 10,39% incidem sobre os salários-base, de novembro de 2022.

“A gente espera que a Câmara continue a negociação com a prefeita. Além do impasse dos 10,39% a categoria espera que a gente inicie um trabalho junto a comissão. Câmara, ACP e Executivo devem trabalhar juntos para que a gente possa tratar do calendário 2023 e 2024 e da valorização do magistério”, disse.

O Presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, o vereador Professor Juari (PSDB), disse que pretende se reunir com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), para pedir o extrato das contas do município e debater sobre o salário dos professores da Capital. Segundo o vereador, o encontro deve acontecer logo após o Carnaval.

“O sonho da gente é que fosse no salário e que a Lei 6.796 fosse cumprida, mas não foi. A Prefeita Adriane está aberta para conversa. Conseguimos os 10,39% que não é o ideal, pois queremos que o valor vá para o salário. A prefeita precisa fazer a parte dela e diminuir o teto que hoje em dia é de 57,2% ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Depois do Carnaval vamos sentar com o Executivo e pedir o extrato das contas. Queremos construir a possibilidade de colocar em prática os direitos dos professores”.

Aprovado

A proposta aprovada nesta manhã é de 10,39%, sendo que 4% da verba indenizatória serão concedidos em fevereiro e os outros 6,39% em junho.

A votação do projeto de lei foi feita em regime de urgência. De acordo com o presidente da Casa, vereador Carlão (PSB), o projeto não estava na pauta, mas entrou após análise da Procuradoria.

“Chegou ontem o projeto e colocamos para análise da Procuradoria. Foi autorizado pautar em urgência e a proposta deve passar sim com tranquilidade”, comentou.

Mobilização desde 2022

Os professores aceitaram a proposta da prefeitura em 1º de fevereiro. O último bimestre de 2022 teve intensa movimentação dos professores a favor do reajuste integral de 10,39%, com a realização de paralisações e greve geral por uma semana.

Na época, a Prefeitura Municipal de Campo Grande alegou falta de recursos. Então, não cumpriu com compromisso com a lei de responsabilidade fiscal de conceder o aumento conforme a Lei 6.796/2022 para o piso de 20 horas.

O município queria dividir os 10,39% de aumento em três parcelas. Assim, seriam 3,42% em janeiro de 2023; 3,48% em maio e outros 3,48% em dezembro.

Contudo, esta proposta da Prefeitura feita aos professores foi rejeitada pela categoria. Encerraram as negociações em dezembro com a promessa de serem retomadas no início deste ano.