A greve realizada pelos médicos do Hospital de Câncer Alfredo Abrão chegou ao fim nesta segunda-feira (6). Os profissionais paralisaram novos atendimentos há 12 dias, em 22 de fevereiro, devido ao atraso de salários e à falta de recursos para trabalhar, como medicamentos e exames.

O fim da paralisação acontece após reunião entre representantes do Hospital de Câncer, SES (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) e Ministério Público. 

No encontro, ficou decidido que o Governo do Estado irá enviar R$ 3,5 milhões ao Hospital de Câncer por meio de um convênio já aberto. 

Já a Prefeitura Municipal de Campo Grande, se comprometeu a repassar R$ 2,5 milhões de recursos federais. A primeira parcela de R$ 300 mil deve ser paga na próxima quarta-feira (8). 

O dinheiro deve ser usado para a retomada dos novos atendimentos que foram paralisados em 22 de fevereiro. O déficit mensal de R$ 770 mil do Hospital de Câncer e o reajuste salarial deve ser debatido em outras reuniões.

De acordo com o diretor da unidade, João Paulo Vilalba, o hospital realizou aproximadamente 500 atendimentos desde o início da greve e apenas novos pacientes não foram atendidos. 

“Alguns pacientes foram remanejados, mas vamos retomar os novos atendimentos. A Prefeitura tem controle desses números e agora com os médicos voltando eles vão aumentar os atendimentos para diminuir a demanda do que ficou parado”, explica o diretor do hospital. 

Reunião contou com representantes de diversas entidades. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Greve no Hospital de Câncer

Sem receber salários e outros direitos trabalhistas, os médicos do Hospital de Câncer de Campo Grande anunciaram paralisação dos atendimentos no dia 22 de fevereiro. O anúncio de greve já havia sido feito no dia 18 de janeiro deste ano, mas foi adiado por 30 dias em uma tentativa de que a situação se resolvesse. 

Segundo a direção da unidade, o déficit financeiro acumulado do Hospital de Câncer chega a R$ 770 mil por mês. Em meio a diversos problemas elencados, os médicos aguardam o cumprimento integral da regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do corpo clínico; regularização dos serviços de patologia e exames de imagens, essenciais aos diagnósticos e tratamentos. 

Durante a greve, o local recebia apenas atendimento de urgência e emergência realizados no PAM (Pronto Atendimento do Hospital, 24H), cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia já em andamento.

Em dezembro, 422 funcionários e 75 médicos já tinham relatado falta de pagamento do 13º salário dos funcionários. Atualmente, 99% dos pacientes do SUS recebem tratamentos gratuitos no Hospital de Câncer. A unidade realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado.