Praça do Trevo Imbirussu é tomada por usuários de drogas e furtos espantam comerciantes
No local, há uma guarita da Polícia Militar que está abandonada há anos
Ranziel Oliveira –
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O Trevo Imbirussu é um ponto importante para o fluxo de veículos que seguem para regiões do Lagoa e Anhanduizinho. Entretanto, a praça do local parece ter sido esquecida há anos pelo poder público de Campo Grande. Com acúmulo de sujeira, usuários de drogas e falta de policiamento, o local é um transtorno recorrente para quem trabalha e vive na região.
Para o mototaxista Antônio João, de 55 anos, os usuários de droga são um problema para todos na região. “Fica um monte de usuários, eles largam sujeiras, resto de marmita, e cagam e mijam na praça. Usam drogas à luz do dia”, disse ele.
Edson Gimenez, de 27 anos, é dono de uma pizzaria no entorno, e também sofre com a falta de segurança. “Já vi de 10 a 15 pessoas em um dia só, virou um ponto de usuários de drogas. Tive que tirar o meu degrau e apoio para leitura de luz. Eles faziam meu degrau de cama e o apoio de privada, e defecavam bem aqui”, disse ele.
O problema da criminalidade vem atrelado com a situação, Edson ainda relatou que dois dias atrás roubaram a fiação de um comércio e até teve gente que desistiu do trabalhar no Trevo Imbirussu. “A mulher que tinha uma marmitaria foi embora. Ela fechou porque não tinha condições de trabalhar. Foi furtada três vezes”, disse ela.
Dinheiro do bolso para limpar a praça
A taxista Eliney da Silva, de 33 anos, vivencia a situação calamitosa há anos. “Estou vivendo um verdadeiro inferno, nós não temos condições de trabalhar. A praça está abandona há quase 6 anos, está um lixo. Se está limpo aqui, é porque eu paguei pra limpar”, disse ela.
Indignada com a situação de abandono do poder público municipal de Campo Grande, ela desabafou. “Você paga taxa para a Agetran, para a prefeitura, pago imposto sobre o solo pra poder estacionar o meu táxi aqui, e pago tudo em dia. Mas eu não tenho contrapartida do município pra poder trabalhar. Essa praça nunca é limpa”, disse ela.
Ela ainda ressalta que algumas árvores estão doentes. Recentemente, uma delas até quebrou e caiu na rua. “A prefeitura vai esperar cair um galho em cima de alguém e a pessoa morrer, pra daí vir podar?”, questionou.
“Aqui não tem segurança. Estamos vendo o ponto que teremos de abandonar o nosso local de trabalho e deixar os criminosos tomar conta”, desabafou.
O relato do comerciante Naul Lara, de 62 anos, condiz com o retrato de total descaso do poder público com o Trevo Imbirussu.
“A praça está abandonada e cheia de sujeira. A prefeitura de Campo Grande não limpa. Os usuários de droga fazem sexo em plena luz do dia aqui, e se você falar algo ainda te ameaçam. A polícia não passa. Limpeza, segurança, árvores caindo, precisamos de socorro. Nós não temos dignidade pra poder trabalhar aqui. Eu não tenho respaldo de quem cobra meu imposto”, concluiu revoltado com a situação.
E na rua Barra Mansa?
A nossa equipe de reportagem adentrou no bairro Guanandi, para ouvir as demandas dos moradores locais. Na rua Barra Mansa, um homem de 27 anos, que preferiu não se identificar, disse que o furto de fios é frequente. “Como são dependentes químicos, eles entram nas casas para roubar. Você vê o uso e venda de drogas durante o dia e noite, inclusive com menores de idade no meio. Tinha que ter um batida da polícia com o conselho tutelar”, declarou.
Outro homem, de 55 anos, que também preferiu não se identificar, relatou um dos mesmos problemas. “Aqui acontece muitos furtos de fio mesmo. Em menos de 15 dias entraram três vezes pra furtar o fio em um comércio”, disse ele.
Guarita abandonada
O Jornal Midiamax questionou a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul sobre as rondas na região e a possibilidade de reforço. Em nota, a instituição informou que o policiamento na região é feito pelo 10º Batalhão de Polícia Militar, com reforço das Unidades Especializadas do CPE, a exemplo do Batalhão de Polícia Militar de Choque, do BOPE, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, entre outros.
Rondas preventivas e abordagens policiais ocorrem diariamente em todos os bairros da capital, inclusive na localidade informada. Todo policiamento é realizado com base na análise de dados estatísticos, extraídos dos Boletins de Ocorrências e também dos atendimentos à comunidade local.
Na mesma solicitação, o Jornal Midiamax também questionou sobre o motivo da Polícia Militar não utilizar a guarita que fica na rotatória do trevo, em frente à praça. “A guarita não pertence à PMMS. Fazia parte de uma estratégia de policiamento de Comando passado da instituição”, explicou.
Sem resposta
O Jornal Midiamax indagou a PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande) sobre como funciona a limpeza dessa praça, se é possível torná-la semanal e quando será feita a próxima limpeza. No mesmo e-mail, questionamos o município sobre o risco que as árvores estão levando à população, e quando elas serão podadas.
A assessoria da prefeitura não respondeu a nenhum dos questionamentos até a publicação desta reportagem. Todas as perguntas citadas foram formalizadas no e-mail oficial para contato com a prefeitura. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
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