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Cotidiano

Pobreza menstrual vira tema científico para Lenita e Helena, que criaram o ‘tabuleiro sem tabu’

Estudantes ressaltam que a pobreza menstrual afeta muito a vida de mulheres sem acesso a absorventes. Trabalho foi apresentado durante o Integra 2023, na UFMS
Graziela Rezende -
Estudante mostra variedade de absorventes. (Graziela Rezende, Midiamax)

A “pobreza menstrual”, para muitos, é apenas a falta de absorventes. Mas o que as estudantes Lenita Moraes Pires e Helena dos Santos Wolschick, de 16 e 17 anos, respectivamente, querem provar, é que o assunto é muito mais sério do que se pensa. Além de percorrer escolas na periferia de , também se aprofundaram no tema de forma científica, criando o “tabuleiro sem tabu”, apresentado durante o Integra 2023, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). 

“A pobreza, como um todo, vai muito além do que as pessoas pensam. No caso da pobreza menstrual, acham que é só a questão da caridade de acesso aos absorventes, porém, a questão vai além: temos a falta de saneamento básico e o acesso à informação também, por exemplo. Além disso, aqui em Mato Grosso do Sul, temos os absorventes com uma das taxações mais altas dos estados brasileiros”, afirmou Helena.

No decorrer do , Helena diz que ela e Lenita analisaram uma pesquisa, feita com uma marca em específico e divulgada na internet, a qual revelou que 94% das mulheres de baixa renda não sabem o que é pobreza menstrual. “Muitas delas, aliás, não possuem nem acesso a banheiro em casa e milhares não possuem cuidados e acesso a itens básicos de higiene, então, a pobreza menstrual é algo básico e necessário para nossa saúde”, argumentou a estudante.

Estudantes apresentando projeto no Integra 2023. (Graziela Rezende, Midiamax)

Pensando nisso, Lenita diz que, além de criar a ONG (Organização Não Governamental) Girl Up Morena, as meninas também criaram o “tabuleiro sem tabu”. “Fizemos essa jogadinha de nomes. É um jogo bem bacana que conta com 11 cartas de curiosidade ao longo do tabuleiro. A pessoa vai lendo cartas, compartilha o novo ensinamento, que fala sobre como aliviar e diminuir a cólica, por exemplo”, explicou.

Moraes fala que, para a científica da UFMS, elas também fizeram um mostruário com diversos tipos de absorventes. “Temos até um modelo de pano, que as detentas do semiaberto usam. Nós ganhamos recentemente da educadora menstrual Bianca Andrade. E aí vamos nas escolas, mostrando o jogo e inclusive disponibilizando em PDF para quem se interessar”, disse.

Trabalho fica em exposição até a quarta-feira (25). (Graziela Rezende, Midiamax)

Por fim, as estudantes do Colégio Status ressaltam que a pobreza menstrual afeta muito a vida de mulheres sem acesso a absorventes.

“A gente sabe que o correto é fazer a troca a cada 3 a 4 horas, porque abafa muito, mas, várias vezes, a mulher de baixa renda fica o dia inteiro ou então usa métodos não tradicionais, como saco de pão e jornal. Estamos falando de pessoas que precisam escolher entre comprar algo para família comer ou a própria higiene, então, esta é uma questão de saúde e queremos que o tabuleiro seja distribuído para mais gente possível”, finalizou.

Veja o vídeo do tabuleiro:

Integra 2023

Integra 2023 ocorre no Moreninho, na UFMS. (Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax)

O Integra é o maior evento de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo do Estado.

A expectativa é reunir cerca de 10 mil pessoas na programação até a próxima sexta-feira (27), com apresentações no Ginásio Moreninho. Confira a programação completa aqui.

Leia também:

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