Na busca por arrecadar verba para custear o tratamento da pequena Júlia, a família, que mora na área rural de Campo Grande, caiu em um golpe e perdeu 12 cabeças de gado e um Chevrolet Celta.
Desesperados e com uma consulta próxima, a família estava em período de negociação com o grupo de estelionatários, em agosto. Foram feitos notas promissórias e contratos. Os criminosos ainda se apresentaram como filho de um vizinho e primo de moradores da região. Só no último sábado (7) que perceberam que se tratava de um golpe.
“São todos primos, mais dois homens e duas mulheres. Meu pai tem 72 anos. Eles chegaram chamando ele pelo nome e se apresentou como filho de um vizinho da outra chácara que meu pai morava. Meu pai pegou e fez negócio. Depois que descobrimos que era golpe, a gente viu o quanto fomos “tolos” de confiar nos outros. A dívida que nós tínhamos agora está mais alta ainda, e até a nossa conta de luz já está atrasada por conta desse golpe”, disse Gabriele do Prado Lopes Bethencourt.
O contrato do veículo determinava o pagamento em até 15 dias e o gado seria transferido por emissão de nota. “[Eles se aproveitaram] que eu tinha que sair, chegou com o caminhão, estava só meu pai, e embarcou”.
Tratamento médico
A filha do casal tem sete anos e sofre com crises de convulsões, fortes dores no corpo, principalmente na cabeça e nas pernas, e manchas que se assemelham com alergia, dores que afligem até hoje.
Desde 2016, a família busca um diagnóstico e um tratamento específico. A dor de ver a filha na situação obrigou a mãe a vender vários itens de casa e abrir uma vaquinha on-line para procurar um profissional.
“Estávamos vendendo eles [carro e gado] para pagar as despesas médicas, consultas e exames para fechar diagnóstico da Júlia em outros estados. O dinheiro também era para pagar dividas que já tínhamos, pois estamos a mais de ano indo para hospital fora do Estado, tentando fechar diagnóstico e os custos são altos, pois é tudo no particular”.
A família registrou boletim de ocorrência e espera encontrar os itens levados. Denúncias podem ser feitas pelo 190.
