Dia 1º de agosto marca o início de uma campanha importantíssima, uma vez que se comemora o Dia Mundial da Amamentação e dá início do Agosto Dourado, mês que simboliza o incentivo ao aleitamento materno. No entanto, o consumo do leite materno não é uma realidade para todas as crianças. Por isso, bancos de leite materno de Campo Grande reforçam a importância da doação a fim de atender grande demanda na Capital.

O leite materno é considerado o principal alimento para bebês nos seus primeiros meses de vida por conter componentes e mecanismos de proteção contra várias doença. Como o leite não pode ser produzido artificialmente, a doação é importantíssima.

Mato Grosso do Sul conta com cinco bancos de leite materno, sendo quatro deles em Campo Grande e um em Dourados. Em todos eles a doação é necessária.

Hospital Regional

Fernanda Menezes de Oliveira, nutricionista responsável pelo banco de leite do Hospital Regional, reforça que o estoque de lá está bem baixo e em torno de quatro litros por dia. Atualmente unidade atende 30 bebês internados e seriam necessários ao menos 150 litros de leite materno por mês, no entanto, as doações fecham numa média de 40 a 60 litros.

“A gente não consegue atender todos, cerca de 25% consomem o leite e a gente prioriza os bebês menores e com peso mais baixo”, explica.

Hospital Universitário de Campo Grande

Segundo o Hospital Universitário, a doação aumentou nas últimas semanas, mas não é o suficiente para suprir o estoque. Unidade conta com 16 leitos neonatais e oito bebês são atendidos atualmente. Assim, banco registra um consumo de 1 litro de leite por dia, mas números são variáveis.

“Se o consumo continuar baixo pelos bebês prematuros, que consomem um volume pequeno, a gente consegue ter estoque para 6 e 10 dias. Mas se volume aumentar precisa aumentar a oferta porque estoque vai acabar mais rápido”.

Maternidade Cândido Mariano

Enquanto isso, Vanessa Torres, nutricionista responsável pelo banco de leite da Maternidade Cândido Mariano, explica que o estoque no local não consegue atender 100% da demanda. São 55 leitos na unidade neonatal e a quantidade de leite que tem hoje consegue alimentar 35% dos bebês.

São usados cerca de 3,10 litros por horário. Para atender os 55 bebês são necessários 9 litros por dia.

“O estoque está suficiente para atender prematuros extremos, os outros a gente vai avaliando e, dependendo do caso, entra com a fórmula. Mas atender hoje 100% eu não consigo”, lamenta a nutricionista.

Santa Casa de Campo Grande

Situação parecida também é observada na Santa Casa de Campo Grande. Gislene Nantes Nogueira é a nutricionista do setor e alega que atende 25 recém-nascidos, por isso precisa de 5 litros por dia. Assim, a doação de leite materno também é necessária na unidade.

Férias escolares e frio diminuem doações

O período de férias escolares e do inverno é visto como um desafio para as profissionais de saúde. Conforme as nutricionistas, trata-se do momento em que os estoques de leite materno registram grandes baixas nas doações. “A gente reforça os trabalhos para manter o estoque”, alega a nutricionista da Santa Casa.

Vanessa também é presidente da Comissão dos Bancos de Leite Materno de Mato Grosso do Sul. Assim, ela complementa que os meses de maio a até início de agosto registram menores índices de doações, principalmente por causa das férias. O período de fim de ano também é um desafio.

A especialista ainda complementa que a doação é uma necessidade durante o ano em todos os bancos de leite do Estado.

“Nada se compara a composição do leite materno em relação à proteção e para o prematuro é o melhor alimento pelo processo de proteção e recuperação. É um bebê que tem nada maduro e desenvolvido, então quando oferece outro alimento além do leite materno, muitos [bebês] não conseguem aceitar. Então o tempo de recuperação é maior. A gente incentiva as mães a amamentarem os seus bebes até os seis meses de vida e, se ela tiver leite excedente, que ela possa fazer a doação”, diz Vanessa.  

Como fazer doações

Todas os bancos de leite aceitam doações. No caso das unidades citadas pela reportagem, basta a doadora entrar em contato pelos telefones dos bancos de leite (confira mais abaixo) e informar o interesse da doação.

As profissionais de saúde reforçam que, para doar, a mãe precisa estar produzindo leite numa quantidade acima do que o bebê dela precisa tomar, ter exames neonatais e estar num bom estado de saúde. A própria unidade leva uma equipe até a casa da doadora, onde ela recebe toda orientação sobre coleta e armazenamento do leite, bem como o material necessário.

As equipes dos bancos visitam a casa da doadora uma vez por semana para pegar o leite e dar maiores orientações. Interessadas podem entrar em contato por esses telefones:

Hospital Regional: (67) 3378-2715

Hospital Universitário de Campo Grande: (67) 3345-3027

Maternidade Cândido Mariano: (67) 3041-4735

Santa Casa de Campo Grande: (67) 3322-4174

Hospital Universitário de Dourados: (67) 3410-3002