Apesar de 12 casos descartados e três confirmados em Mato Grosso do Sul, apenas 57,88% do público vulnerável à coqueluche se vacinou contra a doença entre janeiro e agosto deste ano, nível abaixo do recomendável pelo Ministério da Saúde.

O surto de positivos na Bolívia acende o alerta para reforço no aumento da cobertura vacinal. Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), comparando ao ano passado, onde a margem atingiu 86% de vacinados com Pentavalente, a redução para este ano é 32,84%.

A doença não foi erradicada no Brasil, mesmo com vacinação gratuita disponível em todas as unidades de saúde, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Crianças e gestantes não vacinadas são mais vulneráveis à infecção e em casos graves devem ser internadas.

Semelhante com doenças que afetam o sistema respiratório, a coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. A infecção compromete o aparelho respiratório, consequentemente, em casos mais graves, podem desencadear a pneumonia, desidratação, convulsão, lesão cerebral e até a morte.

O gerente estadual de imunização da SES, Frederico Jorge Pontes de Moraes, explica que a coqueluche é uma doença infecciosa aguda, altamente transmissível e transmitida apenas pelo humano. A transmissão acontece pelo contato direto com uma pessoa doente, por gotículas de secreção, como a tosse, espirro e por contato com objetos contaminados.

Os sintomas mais comuns são:

  • Mal-estar geral;
  • Corrimento nasal;
  • Tosse seca;
  • Febre baixa.

Exame

Segundo o médico infectologista Rodrigo Nascimento Coelho, a doença pode desencadear complicações respiratórias como a asfixia em bebês, o que pode levar à morte. Os sintomas surgem desde o momento da infecção, em média, 5 a 10 dias, mas pode variar de 4 a 21 dias e, raramente, levar até 42 dias.

Os principais exames para diagnosticar a coqueluche são da cultura de material da orofaringe, a sorologia para coqueluche e o isolamento bacteriano pelo método PCR.

A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes da antibioticoterapia eficaz ou, no máximo, até três dias após seu início. A notificação de casos suspeitos e confirmados deve ser feita em até 24h.

Mais vulneráveis

O vírus acomete, principalmente, pessoas que não foram imunizadas. A caderneta deve ser atualizada anualmente pelos pais e responsáveis de crianças a partir dos dois meses. São considerados vulneráveis:

  • Recém-nascidos que tenham contato com sintomáticos respiratórios;
  • Crianças com menos de 1 ano, com menos de três doses de vacina penta ou tetravalente, ou DTPa;
  • Crianças menores de 10 anos, não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto (menos de três doses de vacina com componentes pertussis);
  • Mulheres no último trimestre de gestação;
  • Pessoas com comprometimento imunológico;
  • Pessoas com doença crônica grave.

Prevenção

A vacinação é a principal forma de prevenção contra a contaminação. Podem e devem se vacinar recém-nascidos a partir de dois meses, grávidas a partir da 20ª semana de gestação e profissionais da saúde. O tratamento após o diagnóstico requer prescrição médica para antibióticos da classe dos macrolídeos.

A Pentavalente é um imunizante disponível em todas as unidades de saúde, através do SUS (Sistema Único de Saúde). Em unidades privadas a dose custa, em média, R$ 250.