Serviço de monitoramento de inteligência da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) não identificou ameaças ou denúncias concretas que indicassem perigo às escolas de Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (20). Em meio a boatos criminosos sobre possíveis ataques, o chefe do setor de investigação classificou as falas como “notícias falsas”.

“Não foi levantado nem pelo monitoramento da inteligência, nem por denúncia concreta, algo que possa levar a uma intranquilidade em qualquer  escola nesta quinta-feira. São notícias falsas de ataques e o grande problema disso é a maximização de um fato que perturba as pessoas envolvidas no ambiente escolar”, comentou o coronel Wagner Ferreira da Silva, secretário executivo de segurança da Sejusp. 

Segundo ele, o momento é de reflexão e de conscientização para que pais também acompanhem a vida dos filhos. “É vistoriar o que levam na mochila e saber o estado emocional do filho”, pontuou. 

Superintendente de Políticas Educacionais da SED (Secretaria Estadual de Educação), Adriana Buytendorp afirmou que, nesta quinta-feira, todas as escolas estão com reforço policiamento na frente. De acordo com ela, as unidades vão desenvolver trabalho para que todos os envolvidos reflitam sobre o tema segurança nas escolas. 

Escola na Avenida Capital começou o dia com mensagem de paz. (Foto: Henrique Arakaki)

“Vamos desenvolver palestras, levar informações, disponibilizar cartilhas e ouvir dos alunos quais são os lugares onde eles não se sentem seguros dentro da escola e qual o motivo disso”. detalhou.

Segundo a professora, desde a semana passada diretores participaram de palestra com a Sejusp, na ocasião, receberam orientações sobre como agir com a insegurança no ambiente de trabalho. Hoje, será lançada cartilha sobre como professores, coordenadores e diretores devem proceder em situações de ameaças. 

“Vamos apresentar regimento escolar que normalize as relações dentro da escola e mostre aos alunos que a relação com outras pessoas da escola tem direitos, mas também tem deveres”

Desde 2019, a SED trabalha com protocolo de conflito interno que lista orientações para episódios de brigas entre alunos ou entre estudantes e funcionários. No documento ainda estão explicações sobre o acionamento do botão do pânico e o sistema de monitoramento. 

Faltas acima da média

Apesar dos esforços para garantir segurança e tranquilizar pais e alunos, foi grande considerável o número de faltas nesta quinta-feira (20). Na Escola Estadual Professor Henrique Ciryllo Correa, o diretor Fabiano Francisco Soares identificou a presença de apenas cerca de 40% dos 304 alunos.

Pela manhã, a escola em tempo integral, que atende do 6° ao 9° ano, recebeu os estudantes com música e painel onde os adolescentes puderam deixar uma mensagem de paz e expressar a maneira como estavam se sentindo. 

“Queremos trazer a mensagem de que a escola não é lugar de conflito, mas de paz”, pontuou o diretor.