Pular para o conteúdo
Cotidiano

No Centro de Campo Grande, quadra comercial virou ‘deserto’ após retirada de ponto de ônibus

Quadra onde centenas de pessoas transitavam na chegada e saída do serviço, agora amarga cenário deserto com poucos clientes
Gabriel Neves -
quadra deserto Rui Barbosa
Placas de aluga-se começam a tomar conta de quadra na Rui Barbosa. (Foto: Kísie Ainoã, Midiamax)

A Rua Rui Barbosa pode ser considerada uma das principais vias de , com cerca de 5,5 quilômetros de extensão. O tamanho faz com que a rua possua diferentes cenários e até mesmo subculturas que se misturam ao cenário urbano da cidade e conseguem, ao mesmo tempo, mudar de quadra em quadra.

Em meio a tantas quadras, com histórias, pessoas, famílias e economias próprias, uma delas vive uma fase de escassez. Para quem possui costume de caminhar pelo Centro da Capital, é notório a sensação de abandono quando passamos pela via, na quadra localizada entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro.

O sentimento não ocorre à toa, basta erguer a cabeça e olhar em volta. Placas de ‘aluga-se’, comércios fechados, uma fração do volume de pessoas que costumavam passar pelo local. O motivo para tanta mudança é pequeno, a retirada de um ponto de .

Fluxo de pessoas é mínimo, se comparado há anos. (Foto: Kísie Ainoã, Midiamax)

Anterior à implementação do corredor de ônibus na via, muitos eram aqueles que transitavam pela quadra na chegada ao trabalho e volta para casa. Além disso, o desembarque no local fazia dele o ponto de chegada ao centro para moradores de diversos bairros de Campo Grande.

Retirada de ponto transformou quadra em ‘deserto’

O alto fluxo de pessoas movimentava os comércios da região se tornando um atrativo econômico para diversos segmentos. De salgados até venda de tecidos, a opinião é unânime: a retirada do ponto causou queda significativa nas vendas.

Sem as idas e voltas dos usuários do transporte coletivo, a quadra recebeu sentença de morte e os comerciantes fazem as contas de até quando poderão manter as portas abertas. Marlucia Camargo vende salgados em uma pequena porta, com duas mesas e um corredor estreito, o local é dela há 17 anos.

“Eu nunca vi uma queda tão grande nas vendas. Esses espaços aqui do lado são meus e não consigo alugar, olha para o lado, as lojas fechadas, a quadra morreu, ninguém está aguentando”, disse a comerciante. Ela afirma que observou queda de 70% nas vendas.

Local possui clima de deserto. (Foto: Kísie Ainoã, Midiamax)

Sania Omais Yassin é proprietária de uma loja de roupas há seis anos e é clara ao dizer que nem mesmo a pandemia foi tão prejudicial quanto a retirada do ponto.

“A pandemia a gente sabia que era algo temporário e um dia voltaria ao normal, já isso é permanente, não sei o que fazer. Eu tinha três funcionários e agora estou sozinha”, comentou a comerciante.

Poucos metros ao lado, o mesmo cenário é relatado por Maria Nogueira Fidelis, proprietária de uma loja de tecidos. Por lá, a queda estimada fica em torno dos 40% após a mudança.

“Agora ficaram os clientes já consolidados, mas antes passava muita gente, fazia propaganda, pessoal que precisava de algo já parava e comprava”, disse a proprietária.

Comerciantes falam sobre acordo descumprido

De porta em porta, diversos comerciantes afirmam que estiveram presentes em reuniões antes da implementação do corredor de ônibus, que alterou a localização dos pontos de embarque e desembarque. Todos afirmaram que existia um acordo com a antiga gestão municipal para a não retirada do ponto na quadra.

Segundo os comerciantes, as reuniões ocorreram entre lojistas, Prefeitura Municipal e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). Entretanto, os esforços e acordo para a do antigo ponto na quadra não teria surtido efeito.

Em nota, a Agetran informa ter realizado reuniões com convocação em Diário Oficial, para apresentar o projeto do corredor do transporte coletivo detalhado, a metodologia de execução e o cronograma de obras para informar e envolver as partes interessadas no projeto.

Ainda na nota, a agência afirma que “as obras estão concluídas e o corredor de transporte está operando e atendendo a coletividade”.

A reportagem entrou em contato com a CDL. Por meio de nota, a de Dirigentes Lojistas respondeu:

“Infelizmente o síndico do prédio da sete com a Rui Barbosa mobilizou os moradores e alguns outros comerciantes do local e mudou os combinados. Alegando prejuízos para saúde física e emocional dos moradores”, disse a CDL.

*Matéria atualizada às 7h37 de 05/06/2023 para acréscimo de informações.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Macron quer construir presídio no meio da floresta amazônica na Guiana Francesa

1925 – Klinger dá ultimato à coluna Prestes

projeto meta

[ BASTIDORES ] Empolgação quase dobrou meta em mandato

Em menos de 24 horas, ultrapassagens malsucedidas deixam três mortos na BR-262

Notícias mais lidas agora

trechos urbanos br 163 campo grande ms

Concessão bilionária terá que resolver trechos urbanos, considerados os mais perigosos da BR-163

Prefeita Adriane Lopes

Com voto do relator pela absolvição, julgamento da chapa de Adriane fica para semana que vem

Superlotada, Santa Casa restringe atendimento na pediatria 

Um senhor “motóra”!

Últimas Notícias

Polícia

VÍDEO: Polícia Federal sai às ruas e cumpre mandados em Campo Grande 

A Receita Federal também está em conjunto na ação

Cotidiano

Com temperaturas amenas pela manhã, MS terá calor de 33°C nesta quarta-feira

Tempo permanece seco e sem chances de chuva

Polícia

Homem divulga vídeos íntimos da ex nas redes sociais e acaba preso pela DAM de Dourados

Imagens foram veiculadas status do WhatsApp, perfil do TikTok e do Facebook

Polícia

Com criança, mulheres e homem são presos tentando arremessar drogas e celulares para a Máxima

Celulares, cabos USB e bolotas de maconha foram apreendidas pelos policiais