Trabalhadores do setor de neurocirurgia da Santa Casa de Campo Grande vão paralisar as atividades a partir das 14 horas desta terça-feira. Entre as reivindicações, os médicos pedem aumento no valor pago por hora de plantão, como forma de tornar o trabalho mais atrativo.

Em nota, a Santa Casa informou que tem reunião marcada às 13h com as secretarias Estadual e Municipal de Saúde, representantes dos cirurgiões e do Ministério Público, “ com o objetivo de discutir soluções do impasse econômico apresentado”. 

O hospital informou que pediu adiamento da paralisação em razão da reunião, mas que teve o pedido negado. “Foi solicitado ao chefe do serviço de neurocirurgia o adiamento da paralisação das atividades, que está previsto para às 13h, a fim de considerar o resultado da reunião que acontecerá às 14h. Infelizmente o pedido foi negado e a paralisação se mantém no primeiro horário”, diz nota encaminhada à imprensa.

Neurocirurgias na Santa Casa 

O hospital é referência em neurocirurgia e já chegou a ter 14 especialistas, mas, atualmente, o quadro é de apenas sete médicos neurocirurgiões.

Diretor de estratégia e negócios da Santa Casa, João Carlos Marchezan, detalhou ao Jornal Midiamax que a especialidade é a melhor remunerada no hospital, com o pagamento de R$ 160 por hora de plantão, além de adicional por produção. A segunda especialidade mais bem remunerada ganha R$ 120 por hora de plantão.

A Santa Casa opera com dois profissionais em um plantão de 24 horas, isso significa que em um dia, o hospital paga 48 horas de plantão. Entre as reivindicações, os médicos pedem aumento no valor pago por hora de plantão, como forma de tornar o trabalho mais atrativo.

 Além do custo para o hospital, contratar médicos neurocirurgiões não é simples. O diretor afirma que a especialidade é rara e difícil de encontrar profissionais. Por 

isso também que o quadro de médicos não passa dos 10. Do quadro total, três médicos aposentaram e outros dois pediram afastamento.

Especialista é fundamental e não pode parar

A Santa Casa é a única do Estado com habilitação para atendimento nessa categoria de neurocirurgia. E, para evitar que os médicos parem as atividades, a Santa Casa afirma que está em negociações.

Risco de desassistência

Desde o dia 3 de abril deste ano, a Santa Casa aponta dificuldades para atender a alta demanda e solicita apoio do poder público para desafogar os atendimentos. Na época, o hospital chegou a fechar as portas para novos pacientes.