A Santa Casa de Campo Grande apresentou na terça-feira (8) o balanço de tratamentos contra sepse. Desde a criação do Protocolo Gerenciado de Sepse, em setembro do ano passado, de 22 pacientes com protocolo aberto, seis evoluíram para óbito, uma redução de 42,4% na taxa de mortalidade.

O procedimento é baseado em uma política institucional para detecção desta doença complexa e potencialmente grave, a adesão tem deixado de ser um desafio para as equipes assistenciais do pronto-socorro devido ao engajamento e à aplicação de condutas em relação ao cuidado do paciente, segundo o hospital.

Os dados do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do hospital mostram que de novembro a dezembro houve redução em casos de sepse no pronto-socorro. A doença é desencadeada por uma inflamação sistêmica diante de uma infecção. E qualquer pessoa pode ter, caso não realize o tratamento adequado e em tempo hábil.

Uma série de ações foi desenvolvida na Santa Casa para combater a taxa de mortalidade em pacientes atendidos na Unidade de Decisão Clínica – Crítica no PS, dentre elas a criação do “Guardião da Sepse”, profissional técnico em enfermagem que faz o controle deste processo.

“O protocolo gerenciado é de uma eficácia inigualável. Temos parametrizados todos os exames dos pacientes e com mais controle desta reação. O guardião atua, em conjunto com os demais membros da equipe, de forma rápida diante da possibilidade do processo inflamatório grave”, disse a infectologista Haydée Pereira.

Sepse é coisa séria

Pacientes são monitorados e a equipe médica recebe apoio na decisão de condutas de assistência. Em novembro de 2022, a taxa de óbitos em sepse era de 47,4%, no pronto-socorro, e já em dezembro foi de apenas 27,3%. Ou seja, 42,4% de redução da mortalidade.

Embora pareça inofensiva para quem desconhece, a sepse é uma complicação potencialmente fatal de uma infecção, é a forma que o corpo encontra para combater um micro-organismo agressor e o tempo de atendimento é crucial para intervenção nos possíveis casos. As equipes que lidam na assistência ao paciente estão sendo capacitadas. A expectativa é que ao longo do ano 2023 o protocolo seja também implantado na Linha de Cuidado do Privado, Urgência e Emergência do Prontomed.

O projeto-piloto que foi recentemente implantado no pronto-socorro e está sendo gerenciado significativamente para contribuir com a diminuição da taxa de óbito, é visto como um estímulo para que outros protocolos sejam criados, garantindo a qualidade e segurança assistencial. A organização dos processos institucionais atrelados à implantação de novos protocolos clínicos resulta em uma melhor percepção da sepse.

“Essa visão de cuidado pelo profissional tem sido muito importante. E os dados só demonstram esta adesão e o aumento da percepção da sepse com o objetivo de salvar vidas. Isso influencia na tomada de decisões com diagnóstico precoce, início de antibioticoterapia em tempo e, consequentemente, com uma resposta clínica melhor”, explicou o coordenador médico do Pronto-socorro, Marcos Bonilha.