Moradores se arriscam para atravessar cratera que ‘engoliu’ rua no bairro Rouxinóis

Em dias de chuva, a situação piora e a rua fica submersa de água e lixo

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Cratera
Cratera tem cerca de 5 metros (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Há cinco meses, moradores da rua Almerinda Azevedo no bairro Rouxinóis, em Campo Grande, precisam lidar com o transtorno diário gerado por uma cratera que ‘engoliu’ a rua. A cada chuva, o buraco aumenta e a população se arrisca para atravessar no único trecho da via que permanece inteiro.

As anilhas de drenagem expostas dão a dimensão cratera, que tem cerca de cinco metros de profundidade. Em dias de chuvas, a situação fica ainda mais alarmante, a água encobre a rua, invade casas e arrasta lixo por toda a extensão da via.

Panos para impedir agua de entras nas casas
Panos para impedir agua de entras nas casas (Nathalia Alcântara, Midiamax)

É só o tempo fechar que Cleonice dos Santos Reis, 60, corre para colocar tabuas e panos em frente ao portão na tentativa de impedir que a enxurrada entre em sua casa. Moradora do Rouxinóis há 30 anos, ela narra o drama diário vivido pelos moradores.

“Quando chove, é só vendo para crer. A água enche a cratera, passa por cima da rua e vai seguindo pelas outras ruas. Ninguém passa nem para ir no mercado, ficamos presos dentro de casa”, relata.

Além dos transtornos, Cleonice teme que a cratera, que fica submersa em dias de chuva, gere um acidente grave aos condutores ‘desavisados’ que passam na região.

“Esses dias um motorista estava indo direto na rua em direção à cratera, como estava coberta de água ele não conseguiu ver, por sorte consegui pará-lo, se caísse iria morrer”, diz a moradora.

Anilhas expostas
Anilhas expostas na cratera (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Para a também moradora, Sheila dos Reis, a maior dificuldade é atravessar a cratera com crianças, trajeto que é feito todos os dias para levar os filhos à escola.

“Minha casa só não alaga, porque a porta é mais alta. Meu vizinho perdeu tudo e disse que vai mudar, ninguém aguenta mais essa situação”, lamenta.

Moradores ficam ilhados

Outro problema frequente relatado pelos moradores é a dificuldade para sair de casa em dias de chuva ou até mesmo chamar um carro de aplicativo. Com as ruas submersas, moradores ficam ilhados dentro da própria casa.

“Quando a gente chama um carro de aplicativo tem que combinar antes, se não, o motorista vê a situação na rua e vai embora. A saída é andar até a rua mais próxima e chamar de lá”, desabafa uma moradora.

No local, a reportagem do Jornal Midiamax constatou que o problema não se limita a cratera da rua Almerinda Azevedo, há poucos metros, na rua ao lado, a ausência dos asfalto somada aos buracos, faz com que toda a região fique intransitável, até mesmo as rotas alternativas se tornam um desafio aos motoristas.

Sisep diz que não havia sido informada do problema

Ruas do bairro
Ruas do bairro Rouxinóis (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Ao Jornal Midiamax, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) alegou que não havia sido notificada sobre a existência da cratera, no entanto diversos moradores relatam ter entrado em contato com a prefeitura para solucionar o problema.

“A Secretaria não havia sido informada desse problema, por isso reforça à população a importância da solicitação de serviços serem feitos pelos canais 156 e Fala CG, para que o atendimento possa ser incluído na programação diária”, diz a nota.

Segundo a Sisep, uma equipe foi encaminhada ao local para verificar o que precisa ser feito para solucionar o problema. 

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