Pular para o conteúdo
Cotidiano

Moradores do Chácara Cachoeira são contra construção de prédios no bairro: ‘fim da privacidade’

Moradores estiveram na Câmara de Vereadores para "impedir" verticalização do bairro
Karina Campos, Thalya Godoy -
(Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Audiência pública na Câmara de Vereadores, na manhã desta sexta-feira (16), discutiu a “verticalização”, ou seja, a construção de prédios no bairro Chácara Cachoeira. Até o momento, a área residencial não conta com esse tipo de construção, mas empresas já estão de olho em terrenos e entregam planos para a Prefeitura. 

No encontro estiveram presentes moradores do bairro, representantes de órgãos públicos e de empresas construtoras. 

Os moradores argumentam que o bairro é uma área residencial e existe uma preocupação na desvalorização dos imóveis. Além disso, citam que a região é tranquila e o surgimento de construções verticais pode atrapalhar o trânsito e a mobilidade. 

O representante do bairro, o juiz Marco Antônio Mendes, que mora na Chácara Cachoeira há 20 anos, aponta que uma construtora planeja levantar um prédio em uma rua sem saída, o que confinaria os moradores no trânsito. 

“A construção dos prédios vai atrapalhar o sombreamento e a captação de energia elétrica pelas placas solares, além da perda de privacidade”, cita o representante de bairro. 

Outro ponto mencionado é que a construção de prédios vai atrair comércios, o que mudaria o bairro para comercial e menciona como exemplo dessa mudança o bairro dos Estados. 

Já o advogado da causa, Marcelo Bluma, apontou que as construções consideram o coeficiente de ocupação, nível de elevação do bairro e a zona urbana. “O bairro era classificado como área residencial, mas a partir de 2018 essa classificação mudou devido à distorção dos índices urbanísticos”, explica. 

O arquiteto e urbanista Ângelo Marcos Vieira, que é ex-diretor da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) e foi responsável pelo plano diretor de , considera o plano diretor como exemplar. 

“O bairro foi visado como área residencial, mas não exclusivamente para isso. As construções verticais podem torná-lo na mesma coisa com o São Francisco e Jardim dos Estados com empreendimentos de apartamentos e comércio”, ele diz. 

A audiência foi coordenada pelo vereador Prof. André Luis (Rede). Os resultados e apontamentos da audiência serão levados em consideração pela Prefeitura para que o Plano Diretor do ano que vem tenha essa problematização indicada.

“Acaba a intimidade”

A titular da Planurb, Berenice Leite, que participou da audiência pública, explica que em 16 de fevereiro foi realizada uma audiência entre a pasta com os moradores, em que eles apontaram as reclamações e pediram que os empreendimentos analisem o projeto com os impactos da vizinhança.

“As construções em Campo Grande tem série de etapas de aprovação e todas elas estão no prazo para que apresente esse estudo o que impacta a vizinhança”, ela afirma. Além disso, a responsável frisa que a pasta é responsável pela orientação e diretrizes do Plano Diretor, mas a aprovação dos projetos está a cargo da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Na ata do encontro em fevereiro, que tratou sobre a construção de um prédio de 20 mil m² na Rua Afonso Lino Barbosa, Marcelo Bluma citou a possível desvalorização das casas que chegam a custar até R$ 5 milhões e expôs que as construções poderiam acabar com a “intimidade dos moradores”.

“Aquele miolo do Chácara Cachoeira foi feito com terrenos que começam em 420 para residências de um padrão diferenciado. Então, o número de jardins e de piscinas naquelas residências é muito grande; o que acontece com a construção do prédio? Acaba a intimidade e a vida privada desses proprietários que estão lá há 20 anos […]; quem chega pra incomodar, como alguns vizinhos dizem, é o prédio”, ele expôs na reunião.

(Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

O que dizem as construtoras?

O presidente do sindicato da construção civil, Geraldo Moura, afirma que os projetos passam por um longo processo até que sejam aprovados. 

“Seguimos a lei e dentro da legalização e a construção é feita dentro da cidade. Há construção privada que tem prazo de 5 anos para entrega, mais 5 anos de assistência técnica. Ou seja, quase 11 anos de planejamento e somando o planejamento com antecedência. A construção pensa em um todo, não só numa classe ou grupo. Quando se tem audiência criticando, o próprio setor tira o pé do incentivo, isso começa a gerar imposto, menos emprego”, ele defendeu. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

VÍDEO: Onça volta a rondar casa e assusta moradores de Corumbá

trt/ms

Começa na segunda-feira inscrições para estágio no TRT de MS

Botafogo anuncia contratação do goleiro equatoriano Cristhian Loor, de 19 anos

PRF apreende 3,5 toneladas de maconha em Eldorado

Notícias mais lidas agora

No pantanal das onças grito de socorro

No Pantanal das onças, de quem é o grito de socorro que ninguém está ouvindo?

procurador-geral supremo stf

STF diz que é ilegal, mas Papy mantém em procurador-geral comissionado na Câmara

feminicídio corumbá

Mulher morre após ser incendiada em Corumbá e MS soma 15 vítimas de feminicídio em 2025

Moraes converte prisão de Carla Zambelli de preventiva para definitiva

Últimas Notícias

Polícia

Suspeitos de matar adolescente em Campo Grande são presos

Autores atiraram contra policiais e tentaram fugir

Trânsito

Motorista é presa bêbada após acidente grave em Campo Grande

Homem que conduzia motocicleta teve traumatismo cranioencefálico

Esportes

Memphis marca 1º gol da vitória da Holanda sobre a Finlândia nas Eliminatórias da Europa

Holanda e Finlândia compõem o Grupo H, que conta ainda com Polônia, Lituânia e Malta

Brasil

Barroso: ‘Constituição brasileira permite que tudo possa chegar à Suprema Corte’

Presidente do STF reforçou que numa democracia há espaço para todas ideologias políticas