Mesmo com recusas e morador ausente, quase 90% da população de MS já foi entrevistada pelo Censo

Taxa média de recusas no Estado é de 1,74% e de morador ausente de 5,78%

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ibge censo 2022
Imagem ilustrativa. (Foto: Nathalia Alcantara, Arquivo Midiamax)

Mais de 2,5 milhões de pessoas em Mato Grosso do Sul foram recenseadas pela equipe do Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O relatório divulgado nesta sexta-feira (3) mostra que, considerando a prévia dos dados, cerca de 90% da população já foi entrevistada, em meio a recusas e moradores ausentes na residência.

Até 31 de janeiro, foram recenseadas 2.504.514, o que representa 89,3% da população total do Estado. A taxa média de recusas é de 1,74%, abaixo da média nacional que é de 2,43%. Já a média de morador ausente, chamada de recusa velada, é de 5,78%, acima no nível nacional que é de 4,62%. A previsão é que os dados concluídos sejam divulgados no mês de abril.

Os recenseadores estão há seis meses em campo para coleta de dados do Censo 2022. O maior desafio relatado pelos trabalhadores continua sendo moradores que não estão em casa e reverter recusas de pessoas desinteressadas em responder o questionário. O Censo Demográfico é a principal pesquisa do país que permite traçar um perfil socioeconômico da população.

Os municípios de MS com os maiores índices de recusa são: Terenos (8,89%), Corguinho – (3,79%), Sidrolândia (3,62%), Ladário (3,29%), Bataguassu (2,88%), Rio Negro (2,75%), Ivinhema (2,63%), Dourados (2,44%), Bela Vista (2,40%) e Nova Alvorada do Sul (2,31%).

Classe alta lidera recusas

Conforme relata Sylvia Martinez Assad Oliveira, que coordena o Censo em Campo Grande, os trabalhadores chegam a passar até por ameaças. “O processo eleitoral, simultâneo ao Censo, gerou confusão e certa hostilidade em parte da população. Os bairros de média e alta renda são os que demandam mais esforço de convencimento e revisitas. Muitas vezes as pessoas estavam em casa e mesmo assim sequer atendiam a campainha ou o interfone. Não tínhamos como explicar a importância da pesquisa.”

Quando há recusa, o supervisor vai ao local para verificar a situação e explicar a importância e segurança de responder à pesquisa, mas há casos que necessitam de um esforço maior. Mario Alexandre de Pinna Frazeto, Superintendente do IBGE em MS, relembra que condomínios estão, cada vez mais, fechados para pesquisas.

“A população está mais distante e receosa depois da pandemia e de inúmeros golpes virtuais. Chegamos a ter casos de locais que, em um primeiro momento proibiram o trabalho do recenseador em sua área interna. Foi necessário buscar a ajuda da procuradoria federal para esclarecer a importância do trabalho, além do embasamento em lei, tanto do sigilo das informações, quanto da obrigatoriedade de responder ao Censo.”

MS se classifica em 5º no ranking de moradores ausentes

Mato Grosso do Sul está em 5º lugar entre os estados brasileiros com maior índice de moradores ausentes, ficando atrás de Mato Grosso (14,04%), Espírito Santo (9,58%), São Paulo (8,04%) e Tocantins (6,01%). Para efeitos de comparação, no Censo de 2010, não havia um indicador separado para recusa e moradores ausentes.

Foram tomadas diversas medidas para se encontrar os moradores ausentes. São feitas pelo menos quatro visitas a um mesmo domicílio quando o morador não é encontrado em casa nessas ocasiões, e no mínimo uma delas ocorre fora do horário comercial.

“A dinâmica de trabalho afetou bastante isso. A média de moradores diminuiu no estado de São Paulo e as pessoas trabalham e estudam. Então normalmente têm uma rotina diária de ir para o trabalho e já ficar para o estudo. Isso também dificultou bastante a coleta das informações, tendo em vista que, em alguns casos, o recenseador volta além das quatro vezes normais previstas no manual. Nós tivemos que voltar até dez vezes em determinados domicílios ou condomínios para cumprir a coleta e mesmo assim a gente acabou com percentuais altos de moradores ausentes”, pontua Francisco Garrido, superintendente de São Paulo.

Recusa velada

Os recenseadores tiveram que lidar com desculpas para evitar a entrevista, ou combinar um outro horário e novamente haver a recusa. “Neste processo, são desperdiçados tempo e recursos públicos. Além disso, o profissional vai ficando desgastado também. É esse tipo de situação que chamamos de recusa velada, o comportamento do morador impede a obtenção das informações, mesmo que não diga expressamente que se recusa a dá-las”, relata Alex Uchôas, coordenador operacional do censo em MS.

Os municípios de MS com os maiores percentuais de moradores ausentes são: Bonito (16,78%), São Gabriel do Oeste (16,26%), Caracol (15,20%), Dourados (14,09%), Jardim (12,99%), Água Clara (11,58%), Ribas do Rio Pardo (11,01%), Ivinhema (10,97%), Porto Murtinho (9,44%) e Nova Andradina (8,96%).

Disque-Censo 137

O Disque-Censo 137 foi disponibilizado desde o fim do ano passado para atender essas demandas. Quem não respondeu ao questionário do Censo pessoalmente também pode ligar para o 0800 721 8181, que estará disponível até o dia 20 de fevereiro ou procurar uma agência do IBGE na sua cidade.

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