Uma árvore prestes a cair tem tirado o sono dos moradores da Rua Flor de Maio, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Com receio de acidentes, uma moradora solicitou a remoção da árvore, no entanto, aguarda há quatro anos por uma resposta.

Nadir Martins de Oliveira Bispo, 59 anos, relembra que plantou a árvore em frente a sua casa anos atrás, mas não imaginava que isso geraria tantos transtornos.

“Eu mesma plantei a árvore, mas estou correndo atrás de retirá-la. Já fui nos bombeiros, na Defesa Civil, mas ficam jogando a responsabilidade de um para o outro”, relatou.

Árvore caindo
Galhos deixados em frente à casa de Nadir (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Segundo a moradora, a remoção da árvore custaria em torno de R$ 3 mil, o que para ela é financeiramente inviável.

“Eu não tenho condições de remover a árvore, por isso solicitei a remoção. Já faz dois anos que sinalizaram, mas não fizeram nada, e já se passaram quatro anos desde que fiz o requerimento para a remoção da árvore”.

Nadir ressalta que além dos riscos para a integridade física, frequentemente os galhos atingem a fiação elétrica e deixam as residências no entorno sem luz.

“Hoje ficamos sem energia, a Energisa veio e já arrumou. Isso aconteceu bem na hora em que as crianças estavam indo para a escola. É um problema tanto aqui quanto para os vizinhos”, disse.

Na tarde desta quarta-feira (30), o Corpo de Bombeiros e a Energisa estiveram no local e cortaram alguns galhos a fim de minimizar os danos. Contudo, a moradora foi informada de que a remoção só poderia ser realizada pela Defesa Civil.

“Retiraram os galhos, mas deixaram tudo aqui na rua. Fico com medo de que vândalos passem por aqui e coloquem fogo nos galhos, o que poderia causar um incêndio”, revela.

O que dizem as autoridades competentes?

Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) ressalta que os serviços de remoção são realizados pela equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), seguindo as orientações da Semadur.

“Lembramos também que após a vistoria e autorização para a poda ou remoção o proprietário também tem a opção de contratar mão de obra especializada para realizar este serviço”, enfatiza a nota.

Quanto à árvore localizada em frente à casa de Nadir, a Semadur informa que, devido à proximidade com a rede elétrica, a solicitação é encaminhada para a Energisa. Contudo, a secretaria esclarece que fará uma análise da situação do pedido.

Já a Defesa Civil, a qual a moradora recorreu em busca de auxílio, destacou que a poda de árvores em situação de risco é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros.

Galhos caíram no telhado da casa (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Regras para o plantio de árvores

Conforme a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), o plantio de árvores nas calçadas e espaços públicos deve considerar os limites mínimos entre as dimensões das espécies escolhidas quando adultas e a localização dos mobiliários urbanos, para garantir espaço para a mobilidade urbana.

Também é importante considerar o porte da árvore antes do plantio. De modo geral, o conceito de porte da árvore apresenta a altura máxima que varia entre 4,0 m e 6,0 m para árvores de pequeno porte. Entre 6,0 m e 12,0 m para médio porte e acima de 10,0 m ou 12,0 m para grande porte.

Nas calçadas com largura inferior a 1,50 m e sem recuo predial é proibido o plantio de árvores, pois o espaço livre mínimo para o trânsito de pedestres em passeios públicos deverá ser de 1,50 m.

A orientação é que seja escolhida, preferencialmente, uma só espécie para cada lado da
rua ou para cada rua. Conforme a Semadur, isso facilita o acompanhamento de seu desenvolvimento, o controle de pragas e doenças e o programa de podas.

Serviço:

Em caso de problemas com árvores, moradores de Campo Grande podem entrar em contato com a Gerência de Fiscalização de Arborização da Semadur ou entrar em contato pelo número (67) 4042-1323, ramal 2744 ou 2743. Se a árvore estiver comprometendo a rede elétrica é possível ter auxílio direto com a Energisa pelo telefone: 0800 722 7272.