Três frigoríficos de Mato Grosso do Sul estão habilitados para exportar para a China e consequentemente, impactados com o embargo das vendas após confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, também chamado de mal da vaca louca, no Pará.

As plantas que exportam para a China são a Naturafrig (Rochedo); FrigoSul (Aparecida do Taboado); e Agroindustrial (Iguatemi). A China o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul e que, em 2022, foi responsável pela aquisição de US$ 395,5 milhões e 61,5 mil toneladas de carne bovina do Estado.

Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, mesmo sendo poucos frigoríficos no Estado, o embargo vai afetar os preços do boi gordo e consequentemente a renda dos produtores, já que a composição de preço do boi China tem um peso extremamente grande para o mercado.

“A decisão cria um impacto de redução na demanda internacional por carne. Então sobrará mais produto no mercado interno. Com isso o preço tende a cair. E além disso a remuneração do mercado China é superior ao mercado local e de outras localidades. Então isso faz com que tenha uma queda na remuneração dos produtores do Mato Grosso do Sul”, explicou.

O governador Eduardo Riedel irá receber o relatório do impacto causado no mercado do Estado devido ao embargo das exportações para China e também o resumo das ações da Iagro quanto ao sistema de vigilância interna. A intenção é enviar ao Mapa (Ministro da Agricultura e Pecuária) um ofício com sugestões para o imediato restabelecimento do comércio com aquele País.

Entidade prevê prejuízos para a pecuária

, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) prevê cenário desfavorável para o setor, inclusive a nível estadual. Para a entidade, a tendência é de prejuízos para produtores devido ao aumento da oferta da carne no mercado interno e consequente queda no preço da arroba do boi.

“O problema está no impacto econômico que isso gera aos produtores, já que a tendência é mudança no preço da carne”, comenta o presidente da Associação, Guilherme Bumlai. De acordo com ele, ainda é cedo para mensurar porcentagem de variação de preços, no entanto, as mudanças são quase certa. 

“É preciso aguardar para se ter uma ideia de como o mercado vai reagir em termos de valores e se vamos conseguir alocar essa exportação em outros países. O mercado é grande, mas é importante que as autoridades trabalhem rapidamente para se estabelecer o comércio com a China”, avalia.