#ForaFapec: alunos e professores alegam erros e protestam contra banca de vestibular da UFMS e UEMS

Provas foram aplicadas a milhares de candidatos que concorrem a uma vaga em universidades públicas em Mato Grosso do Sul

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Movimento aponta erros em provas (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Alunos e professores de cursinhos pré-vestibular lançaram o movimento #ForaFapec devido a erros em questões do vestibular da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). As provas foram aplicadas pela banca organizadora Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) em 26 de novembro (UEMS) e em 3 de dezembro (UFMS). 

Cerca de 70 professores e dezenas de vestibulandos protestam contra erros nas avaliações, desde erros de digitação a questões sem alternativas corretas, o que prejudicaria o desempenho dos candidatos.

O movimento coletivo composto por cerca de dez instituições de cursinhos pré-vestibular levantou nas redes sociais as hashtags #ForaFapec e #MudaFapec, pedindo mudanças na banca. 

Um representante do grupo, que preferiu não se identificar, afirma que os erros se repetem há pelo menos cinco anos e que os alunos começaram a se sentir desmotivados a prestar os vestibulares do Estado. 

Em todas as disciplinas de ciências humanas, exatas, biológicas e redação do Vestibular da UFMS teria pelo menos uma questão com gabarito incorreto. 

“Nós acabamos entrando em um comodismo como se tivesse acostumado, mas não é normal. A Fapec tem um legado de erros, já passou por todas situações, como questões anuladas por plágio, sem gabarito, erros de digitação o que torna a questão inelegível. A Fapec não representa a UFMS e a UEMS. A qualidade está incompatível com o processo seletivo, se tornou algo para nós que já é previsível”, afirma. 

Outro ponto destacado pelo grupo seria a “indiferença” da Fapec ao longo dos anos com os erros apontados pelos professores e candidatos. “O erro mais grave é a indiferença com os erros, com os sofrimentos dos alunos. Ela [Fapec] se coloca em uma posição de arrogância que não se coloca reparos”, aponta. 

Além disso, os professores estariam “teriam perdido a esperança” sobre mudanças na Fapec, e gostariam de dialogar com os reitores da universidade sobre o tema. “A gente não quer em nenhum momento lesar a autonomia da UFMS e da UEMS. Nós queremos dialogar”, garante. 

Erros na capa e conteúdo

Prova da UEMS com apenas quatro alternativas. (Canal Fala Povo)

O Midiamax teve acesso a imagens das provas aplicadas nos vestibulares das duas universidades públicas. Já na capa da avaliação da UEMS, por exemplo, há um erro de digitação sobre a quantidade de questões, o que apontaria a falta de revisão. A prova prevê cinco alternativas, mas na pergunta 39 há apenas quatro. 

Já na prova da UFMS, a questão 32 não teria alternativa correta. Na pergunta 34, as alternativas A e B poderiam ser consideradas corretas. 

Levantamento feito por integrantes do movimento apontam erros em pelo menos dez questões na prova da UEMS e quatro na da UFMS. 

Prova da UFMS que teria duas questões corretas. (Canal Fala Povo)

Alunos se sentem prejudicados 

O vestibular da UEMS contou com 6.481 candidatos realizando a prova em 26 de novembro, o que representou 18.05% de abstenções entre os 7.908 inscritos. 

De acordo com a Fapec, o vestibular da UFMS contou com 14.701 candidatos inscritos na prova presencial, além de outros 4.130 inscritos que realizaram a prova online. A prova teve abstenção presencial de 14,46% e 25,33% de abstenção online.

Nas redes sociais, há dezenas de comentários de candidatos, pais, mães e professores sobre erros que teriam sido cometidos nas provas das duas universidades públicas acompanhados das #mudafapec e #forafapec. 

“Já tento vestibular da UFMS há três anos e há três anos sofrendo por negligência dessa instituição”, diz um internauta. 

“#Mudafapec Cada ano é uma surpresa diferente, na verdade nem chega a ser surpresa porque a gente já espera os erros. Eu como mãe de vestibulando assino embaixo”, diz outra pessoa. 

A estudante Monique Mariê de Moura Righetti, de 23 anos, presta os vestibulares da UFMS e UEMS de medicina desde 2019 e relembra que há anos observa erros nas provas. 

“As questões são mal feitas e mal elaboradas. Eles tem um ano pra fazer a questão é revisar e você vê erros logo na capa. A gente não acredita nem que aquela prova é revisada, é feita em cima da hora. O artigo que foi usado de jornal foi publicado no fim de novembro e a prova foi agora em dezembro, então foram só alguns dias para elaborar a questão”, ela argumenta. 

A estudante afirma que os estudantes e professores entram com recursos, mas a banca organizadora do certame não aprova. 

“É um investimento de tempo, dinheiro e saúde mental para chegar no final do ano e ter tudo isso jogado no lixo, né? Não se trata só de uma prova, é o sonho de alguém”, ela protesta. 

O Midiamax solicitou nota da UFMS, UEMS e Fapec sobre o assunto, mas até o momento não obteve resposta da UFMS. O espaço continua aberto para manifestações.

Confira abaixo a nota da Fapec:

A banca de elaboradores das questões de provas aplicadas por esta Fundação é composta apenas por profissionais especialistas em suas áreas de atuação. Além disso, desde a concepção do conteúdo programático contido em editais publicados pela Fundação, até a impressão de suas provas e aplicação, todo seu corpo de trabalhadores é composto por profissionais capacitados.

Neste sentido, buscaremos, por meio de melhorias internas, entender e atender aos apelos da sociedade. Não é de interesse da Fundação que os candidatos se sintam prejudicados.

Informamos que o período de recurso é rigorosamente cumprido com a intenção de permitir que os candidatos que se sintam prejudicados tenham a oportunidade de discordar e recorrer. Não nos furtamos a acatar e informar a mudança de posição ao candidato. Esta é, inclusive, uma ferramenta que nos ajuda a melhorar o processo interno, inclusive de escolha de nossos elaboradores.

Confira a nota da UEMS

*Matéria atualizada às 07h40, do dia 6 de dezembro de 2023, para acrescentar a nota da UEMS.

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