A erva mate, bastante consumida no tereré e chimarrão, está tão enraizada na cultura de Mato Grosso do Sul, que o lado esquerdo do Brasão do estado é ilustrado por um ramo da planta. O seu cultivo, na fronteira de MS com o Paraguai, foi a principal atividade econômica, no século passado. Entretanto, atualmente o estado mais consome do que produz, sendo necessário importar a matéria-prima de estados vizinhos.

Como na literatura há um déficit de informações sobre a erva produzida em terras sul-mato-grossenses, a estudante de pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento da Região Centro-Oeste, Jacqueline Marques, sob orientação do professor da Faculdade de Medicina, Valter Aragão do Nascimento, pretende caracterizar o produto por meio da análise de seus componentes nutricionais. “As informações geradas poderão contribuir para o manejo correto do solo e produção de uma erva-mate de qualidade, fortalecendo a agricultura familiar e o produto regional”, conta Jacqueline.

A pesquisa ficou organizada em missões científicas, divididas em duas etapas. Na primeira, é realizada a visita aos produtores para coleta de amostras e levantamento de informações sobre a produção. A segunda etapa consiste no retorno aos locais com os resultados parciais obtidos.

A primeira missão científica da erva-mate foi realizada em março deste ano, nas cidades de Amambai e Ponta Porã, onde os pesquisadores fizeram visitas, juntamente com os técnicos da Agraer. Além disso, foram feitas coletas de material botânico de erva-mate e solo para análise em laboratório e a obtenção de informações sobre a produção. A segunda etapa dela, que será o retorno à esses locais, está prevista para este mês.

Outras missões são esperadas para ocorrer ao longo do ano em outras cidades do sul do estado como Antônio João, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Tacuru, Japorã, Laguna Caarapã, Iguatemi e Paranhos.