Em oito dias, 360 deixaram de ser atendidos no Hospital de Câncer com greve dos médicos

Uma reunião entre a diretoria do hospital e a prefeitura está para acontecer, mas ainda sem data marcada. Hospital tem déficit mensal de R$ 770 mil em despesas

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(Foto: Divulgação/Hospital de Câncer)

Médicos do Hospital de Câncer Alfredo Abrão de Campo Grande estão em greve há oito dias. Neste período, 360 pessoas deixaram de iniciar tratamento na unidade, que paralisou o atendimento a novos pacientes.

De acordo com o hospital, os atendimentos para os pacientes já admitidos e que estão em tratamento continuam cumprindo normas e protocolos. “Os pacientes em tratamento prosseguem normalmente no HCAA nos setores: quimioterapia, radioterapia, hormonioterapias, UTI, cirurgias, PAM (Pronto Atendimento Médico 24h)”, informou o hospital.

Uma reunião entre a diretoria do hospital e a prefeitura está para acontecer, mas ainda sem data marcada. Inicialmente aconteceria na segunda-feira passada, foi desmarcada e ainda não há previsão.

Hospital pediu ‘socorro’ à prefeitura

A ameaça de greve dos médicos é coisa antiga e em janeiro eles ameaçavam paralisar os atendimentos por falta de pagamento ao Corpo Clínico. Em janeiro deste ano, a instituição precisou pedir ‘socorro’ à prefeitura, que encaminhou repasse de R$ 1 milhão para quitar folha de dezembro dos médicos que atendem na unidade de saúde.

“A Diretoria Executiva pretende junto aos médicos do Corpo Clínico adequarem os itens reivindicados a capacidade financeira da instituição, que encontra-se em grave situação. Há um enorme déficit financeiro do HCAA com necessidade incremento de custeio de R$ 770.000,00/mês, e cujo ápice se deu em dezembro com pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital”, informou o local por meio de nota na época. Ao todo, hospital conta com 422 colaboradores e 75 médicos.

Em agenda pública nesta quinta-feira (2), a prefeita Adriane Lopes (Patriota) disse que a situação do Hospital de Câncer é “de responsabilidade da diretoria do hospital”.

Déficit acumulado culminou em greve

Sem receber salários e outros direitos trabalhistas, os médicos do Hospital de Câncer de Campo Grande anunciaram paralisação dos atendimentos na última quarta-feira (22). O anúncio de greve já havia sido feito no dia 18 de janeiro deste ano, mas foi adiado por 30 dias em uma tentativa de que a situação se resolvesse. 

Segundo a direção da unidade, o déficit financeiro acumulado do Hospital de Câncer chega a R$ 770 mil reais por mês. Em meio a diversos problemas elencados, os médicos aguardam o cumprimento integral da regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do corpo clínico; regularização dos serviços de patologia e exames de imagens, essenciais aos diagnósticos e tratamentos. 

Por enquanto, local só recebe atendimento de urgência e emergência realizados realizados no PAM (Pronto Atendimento do Hospital, 24H), cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia já em andamento.

Além disso, os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para esta questão e quando os recursos forem efetivamente liberados. 

Em dezembro, 422 funcionários e 75 médicos já tinham relatado falta de pagamento do 13º salário dos funcionários. Atualmente, 99% dos pacientes do SUS recebem tratamentos gratuitos no Hospital de Câncer. A unidade realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado. 

Hospital de Câncer Alfredo Abrão

Hospital de Câncer Alfredo Abrão é uma instituição filantrópica que atende 99% dos pacientes oriundos do SUS (Serviço Unificado de Saúde) com tratamentos totalmente gratuitos aos pacientes. Realiza também 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Mato Grosso do Sul.

Em 2022, foram realizados mais de 150 mil procedimentos, como cirurgias, quimioterapias, radioterapias, dentre outros tratamentos.

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