Pular para o conteúdo
Cotidiano

Doença com alta mortalidade, diabetes acomete 9% da população de Campo Grande

Tratamento para diabetes, além de constante, requer alimentação restrita e regrada
Fábio Oruê -
diabetes
Teste de glicose no sangue (Freepik)

O que fazer quando seu corpo para de fazer aquilo que é programado e ainda pode te deixar à beira da morte? Parece dramático, mas é uma forma de resumir as condições de quem sofre com diabetes, doença com 9% de incidência na população campo-grandense.

Nesta terça-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Combate ao Diabetes, doença que é altamente mortal vinda da falta de capacidade do próprio corpo de diminuir o açúcar no sangue. Por conta da gravidade, o tratamento é muito restrito e regrado. Mais que aprender a conviver com a doença, é preciso domá-la. Mas o custo é alto – tanto no comportamento como financeiramente.

“O tratamento do diabetes baseia-se na diminuição do açúcar no sangue. Isso é conseguido com dieta com restrição no açúcar e carboidratos simples, exercícios e medicamentos que ajudam a abaixar a glicose, a depender do tipo do diabetes”, explica a endocrinologista Ana Carolina Xavier, da Unimed Campo Grande, ao Jornal Midiamax.

Entretanto, a profissional ressalta que a avaliação é feita com base no perfil do diabetes. “[Avaliamos] como a doença apareceu, idade do paciente, se tem obesidade ou não, o nível que o açúcar atingiu, e alguns exames laboratoriais”, explica.

Desafios aos pacientes

Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram que a frequência de adultos que referiram diagnóstico médico de diabetes na Capital é de 9%. Quando esse dado é separado por sexo, a doença aparece numa frequência menor em homens (4,6%). Inclusive, é uma das menores dentre as capitais no Brasil.

Já no caso das mulheres, Campo Grande está entre as maiores frequências do país (12,9%) – abaixo apenas de Fortaleza (13,6%). Os dados são projetados segundo a população adulta estimada para 2023.

Muito mais que apenas dados, cada paciente vive um dilema diário com o próprio organismo e o tratamento restritivo. “O maior desafio é a mudança de hábito. Muitas vezes tomar um remédio é mais fácil que parar de comer doce, por exemplo”, elenca Ana Carolina.

Segundo a profissional, a glicose elevada gerada pelo diabetes não tratado causa dano cardiovascular. “O risco de infarto e derrame é real. Ou seja, devido à doença cardiovascular o risco de morte é alto”, alerta.

Prevenção

Segundo Ana Carolina, a melhor forma de prevenir o diabetes é evitar o ganho de peso. “Principalmente para aqueles que têm história da doença na família, é fundamental manter hábitos nutricionais saudáveis, exercícios físicos e exames em dia”, ressalta.

A recomendação profissional é que após os 40 anos as pessoas realizem a glicemia anualmente ou até antes, caso tenha algum fator de risco citado anteriormente.

Tipos de diabetes

O Ministério da Saúde detalha que a doença tem, de forma geral, duas modalidades, além de algumas formas específicas. No Tipo 1, é causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina.

Já a Tipo 2 resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção do hormônio. Outro tipo é o Diabetes Gestacional, que diminui a tolerância à glicose e é diagnosticada pela primeira vez na gestação – podendo ou não persistir após o parto.

Outros tipos são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos.

Podem ser:

  • Defeitos genéticos da função da célula beta;
  • Defeitos genéticos na ação da insulina;
  • Doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.);
  • Induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).

Fatores de risco

Além dos fatores genéticos e da ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes:

  • Diagnóstico de pré-diabetes;
  • Pressão alta;
  • Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
  • Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
  • Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
  • Doenças renais crônicas;
  • Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
  • Diabetes gestacional;
  • Síndrome de ovários policísticos;
  • Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
  • Apneia do sono;
  • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Trabalhador morre ao ter faca arremessada no tórax por colega após briga em Campo Grande

varal de andorinhas

Varal de andorinhas ‘enche os olhos’ e expõe comportamento das aves em Campo Grande: ‘contei mais de 200’

Ex-BBB Davi Brito mostra resultado de lipo HD: ‘Alguém quer lavar roupa?’

MS reforça vigilância e visita produtores após caso de gripe aviária

Notícias mais lidas agora

Consórcio Guaicurus pede multa milionária ao município por ‘atraso’ no reajuste da tarifa

SRAG

Vacina prevista no SUS para este ano é esperança para frear alta de bronquiolite em MS

STJ mantém decisão que obriga Campo Grande a pagar R$ 13,5 milhões para a Santa Casa

Nos EUA, Comitê de Orçamento da Câmara aprova pacote com corte de impostos

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Documentário mostra rota milenar e aponta que MS tem um dos trechos mais preservados

“Caminho do Peabiru” preserva revestimentos de pedras e outros vestígios históricos, sendo que Mato Grosso do Sul tem um dos trechos mais preservados

Política

Vereadores podem criar Frente Parlamentar para Assuntos Fundiários em Campo Grande

Parlamentares querem tratar dos assuntos fundiários em Campo Grande na Câmara Municipal

Cotidiano

Campo Grande terá interdições em vias importantes neste início da semana; confira

As interdições abrangem importantes vias da cidade como Av. Gunter Hans, Ernesto Geisel, Rua José Barbosa Rodrigues e Desembargador Leão Neto

Transparência

Incorporadora é investigada por desmatamento em lagoa natural às margens do Rio Aquidauana

A empresa investigada tem prazo de 10 dias úteis para apresentar manifestação. O MP ainda não indicou se há responsabilização criminal em andamento.