Disque 100: mulheres são mais da metade das vítimas nas denúncias em Mato Grosso do Sul

Maioria dos casos denunciados são de violência praticada por mães contra filhos

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Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil

A plataforma Disque 100 registrou mais de 1,8 mil denúncias de violações de direitos humanos, de janeiro a março deste ano, no Mato Grosso do Sul. Dentre as vítimas, 1,1 mil (59,4%) são do sexo feminino.

O grupo mais vulnerável foi o de crianças e adolescentes, já que esse grupo reúne mais faixas etárias. Foram 817 casos no total. Por essa métrica, pessoas idosas foram as segundas mais atingidas, com 527 denúncias.

A maior parte das violações acontecem na casa onde reside o suspeito e a vítima. A relação entre ambos mais registrada é de mãe para com os filhos, configurando casos de violência doméstica à crianças e adolescentes. Casos em que o filhos que violentam os pais aparecem em segundo, o que explicaria o fato dos idosos serem o segundo grupo mais atingido.

Em relação aos suspeitos, 44,31% são do sexo masculino. Os casos mais registrados foram de violação à integridade psíquica, física e, depois, patrimonial.

Quanto à raça, o maior número de acusações foram feitas por pessoas pardas (699 queixas), em terceiro lugar a raça preta (116). Foram registradas também seis denúncias de racismo e cinco casos de injúria racial, no estado.

Pessoas deficientes foram também atingidas, somando 269 denúncias (0,19%). Assim como o grupo de pessoas LGBT (20 denúncias).

Números não são novidade

No ano de 2022, pela segunda vez consecutiva, denúncias de abusos contra crianças e adolescentes lideraram registros feitos ao Disque 100. Conforme balanço divulgado pelo Governo do Estado, durante o ano passado o canal recebeu 1.862 ligações, das quais, 918 envolviam violações dos direitos de pessoas menores de 18 anos, o que representa 49% do total. 

Na segunda posição, aparecem denúncias envolvendo idosos (733 casos) e pessoas com deficiência (101). Também aparecem na lista ligações que apontaram para violência contra mulheres, pessoas LGBTQIA+ e negros. 

Dados atualizados

De acordo com o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, os dados de perfil de vítimas e suspeitos e outras informações sobre as denúncias, como tipo de violação, foram disponibilizados com a implementação da opção SIC – Acesso à Informação, e agora serão atualizados a cada três meses no Painel de Dados da ONDH (Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos).

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