Pular para o conteúdo
Cotidiano

Dia da Visibilidade Trans: como associação de MS teve participação na criação da data

Celebrado neste domingo (29), a data tem objetivo de ressaltar a importância da diversidade e respeito para aos movimentos trans
Mariane Chianezi -
dia nacional
Foto: Antra/Reprodução

Fundado em 13 de janeiro de 2001, a ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de ) foi precursora nos direitos das pessoas trans e travestis, tanto no Estado quanto no país. Coincidência ou não, o mês de fundação da associação ocorre junto ao mês do Dia da Visibilidade Trans, celebrado neste domingo (29), que tem como objetivo de ressaltar a importância da diversidade e a urgente necessidade de respeito para os movimentos trans.

Não apenas um mês conecta a associação de raízes sul-mato-grossenses com a data, mas também de como ela ‘participou’ da origem de sua criação.

Uma das ativistas e militantes da causa LGBTQIA+ em Mato Grosso do Sul, Cristiane Stefanny Vidal Venceslau, ou apenas Cris Stefanny, é a fundadora e conta como a ATMS fez parte de um dos movimentos mais importantes para os travestis e transexuais do país que deu origem a data.

“Falando sobre esse processo histórico após a fundação, nós [ATMS] estivemos em em 29 de janeiro de 2004, lançando no Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de DST/Aids, a campanha Travesti e Respeito: está na hora dos dois serem vistos juntos”, essa campanha tinha o objetivo de provocar as instancias governamentais dos direitos das pessoas trans e travestis”, comenta Cris.

Foi ali, em 29 de janeiro de 2004 que o grupo de 30 travestis e trans, com a participação da Associação de MS, que conseguiam entrar e aprovar no a campanha. A data de hoje faz alusão à essa conquista.

“Naquela época não falávamos em pessoas trans ainda, pois estes conceitos de mulheres e homens trans veio muito depois já nos anos de 2009 pra cá. Historicamente, aquela era a primeira vez que entravamos no Congresso. Hoje temos duas mulheres trans”, diz Cris sobre as primeiras deputadas federais eleitas Erika Hilton (PSOL) e Duda Salabert (PDT).

MS é 13º em ranking de violência contra trans

Os números do mapa da violência contra travestis, transexuais e transgêneros divulgados na sexta-feira (27) pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), por si só, refletem a necessidade desta data. O levantamento mostrou que pelo 14º anos consecutivo, o Brasil é o país que mais mata trans no mundo e Mato Grosso do Sul ocupa a 13º em ranking nacional com mais homicídios.

Estado contabilizou 5 vítimas em 2022, duas a mais que o registrado em 2021. Na série história, que teve início em 2017, MS já soma 15 casos envolvendo assassinato de pessoas trans, aponta o dossiê da Antra. O dossiê aponta que a expectativa de vida de uma pessoa travesti, transexual ou transgênero no país é de menos de 35 anos.

Mikaela Lima é a atual presidente da ATMS | Foto: de arquivo pessoal

A atual presidente da ATMS, Mikaela Lima, disse à reportagem que o ranking evidencia um retrocesso nas políticas públicas nos últimos anos para as pessoas trans.

“A falta de políticas públicas fez com que aumentasse o número assassinatos e suicídios. Mesmo a falta de editais que ajudam a manter a nossa ONG, nós mulheres trans nos mantemos juntas e poderíamos fazer muito mais se tivéssemos um espaço para acolhimento”, afirmou.

Segundo Mikaela, atualmente a ATMS desempenha no município de capacitações continuadas com todas as secretarias e com servidores municipais, que levam informações sobre respeito ao gênero e nome social, além de trabalho com jovens LGBTs em prevenção de IST/AIDS, ações de prevenção também com as profissionais do sexo a noite, auxílio em retificação civil entre outros serviços ofertados.

“Além de presidente da ATMS sou mulher trans. Eu vejo que a luta é árdua e não devemos parar tendo em vista que nosso país não sai do vergonhoso ranking como país mais mata pessoas LGBTs no mundo. A ATMS é precursora do movimento tanto no estado quanto nacionalmente e se hoje possuímos uma Coordenadoria e Municipal e uma Subsecretaria Estadual LGBT, sendo a única no Brasil, é resultado da nossa luta”, afirma.

Confira os anos e a quantidade de assassinatos ocorridos contra pessoas trans em Mato Grosso do Sul:

ANOHomicídios contra pessoas trans em MSPosição no ranking
2017220º
2018221°
2019120°
2020221°
2021314°
2022513°
Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2022 | Dados: Antra

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Executado na fronteira de MS seria ex-presidiário e foi morto na frente da família

Altcoins dispararam com nova máxima do Bitcoin e o tarifaço de 50% do Trump

Terremoto de magnitude 7,3 atinge Estados Unidos e gera alerta de tsunami

Homem é sequestrado, espancado e abandonado sem roupas na BR- 262 em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

carne frigorifico

Após MS suspender exportação de carne para os EUA, sindicato prevê normalização do mercado em poucos dias

relatoria tereza nelsinho

Nelsinho e Tereza confirmam ida aos EUA para pedir novo prazo do tarifaço de Trump

Vanildo e Fabiana, transplante de rins

Dez anos após transplante de rim, Vanildo celebra a vida ao lado de doadora do órgão

Palmeiras empata com Mirassol e não vence há 3 jogos no Brasileirão

Últimas Notícias

Esportes

Grêmio é dominado na etapa final, perde para Alianza Lima e se complica na Sul-Americana

Alianza e Grêmio mediram forças em Lima, capital peruana

Política

Senadores aprovam MP que aumenta vencimento de militares

Reajuste será de 9% dividido em duas parcelas

Polícia

Idoso tem Pampa amarela sem gasolina furtada de quintal em Coxim

Carro estava com o tanque vazio e com a documentação atrasada

Esportes

Neymar decide e Santos derrota Flamengo na Vila Belmiro

Camisa 10 marca o gol da vitória em jogo transmitido pela Nacional