Dia da Mamografia: Campo Grande agenda 13 mil exames por ano, mas 32% das mulheres não vão

Medo do diagnóstico e adiar exame são fatores que podem levar à ausência no exame, diz médica oncologista

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Foto: Divulgação SES/Alejandra De Lucca

Comemorado neste domingo (5), o Dia da Mamografia foi instituído há dois anos e tem o objetivo de chamar atenção para a realização do exame que ajuda a auxiliar na detecção precoce do câncer de mama. Em Campo Grande, o número de exames ofertados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é maior que a procura, que chega a ter 32,5% de ausência.

Conforme os dados divulgados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), não há filas para o exame devido à oferta ser maior que a procura. Em 2022, foram oferecidos 13.628 vagas para exames de mamografia – 13.150 pessoas foram agendadas e 8.874 compareceram ao exame. Ou seja, 4.276 mulheres agendaram e não compareceram para fazer o exame.

A secretaria explica que os exames são realizados na AAMI (Associação de Amparo à Maternidade e à Infância), Hospital do Câncer Alfredo Abraão e, desde dezembro, o Hospital de Amor também passou a ofertar exames de mamografia através do sistema de regulação municipal – anteriormente a este período o exame só era realizado através de demanda espontânea.

O que leva à ausência no exame?

Conforme a Dra. Luciana Landeiro, especialista em oncologia clínica e membro da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), depende de alguns fatores. Dentre eles, se a Capital oferece exames para mulheres de outras cidades e essas pacientes têm alguma dificuldade em comparecer.

Outro fator pode ser o receio em descobrir algum nódulo. “Pode ser sim o medo do diagnóstico de câncer [que] pode afastar algumas mulheres dos exames. Ou o entendimento de que talvez atrasar um pouco o exame, deixar para fazer em um ano e meio não seja um problema”, explica.

A reportagem acionou novamente a Sesau, que explicou que os exames são ofertados apenas para as mulheres de Campo Grande.

Mamografia reduz o risco de morte

A médica diz que a mamografia consegue reduzir em 30% o risco da paciente de morrer pelo câncer de mama, pois o exame é capaz de impactar na mortalidade da doença. Por isso, é preconizada a realização desse exame como método de rastreamento, fazendo o diagnóstico precoce da doença.

“A mamografia permite o diagnóstico precoce, possibilita que a gente trate essa paciente com uma intensidade menor de tratamento. Quando o tumor é pequeno, podemos lançar mão de uma quimioterapia, podendo ser curada com uma cirurgia e ou com a radioterapia, algumas podem usar bloqueio hormonal com tratamento, mas sem dúvida o diagnóstico precoce possibilita maior chance de cura”, afirma.

Um dado importante levantado pela médica, é de que no Brasil, há 17% das mulheres com menos de 40 anos diagnosticadas com o câncer de mama e isso seria uma frequência maior que em outros países.

“A gente tem entendimento de que as mulheres, um quarto delas, são diagnosticas entre os 40 e 50 anos, tem realmente esteja na idade preconizada, ela realize o exame. Caso esteja fora da idade, que ela conheça as suas mamas. Sugerimos que a paciente conheça o seu próprio corpo e procure uma orientação médica se note alguma mudança”, orienta.

Dia Nacional da Mamografia

Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios-X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas.

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde – assim como a da Organização Mundial da Saúde e a de outros países – é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para isso (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias, pois a maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres!

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor capaz de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente e outros não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.

A mamografia e o exame clínico das mamas identificam alterações suspeitas, mas, a confirmação de câncer é feita em laboratório, pelo exame histopatológico, que analisa uma pequena parte retirada da lesão (biópsia).

A data, comemorada em 5 de fevereiro, tem como objetivo chamar a atenção para a importância do exame na detecção precoce de alterações nas mamas e foi instituída pela Lei nº 11.695/2.008.

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