Demorados e sem ar-condicionado: usuários de ônibus não veem justifica para aumento da tarifa
Novo valor da tarifa aos usuários segue indefinido, mas anúncio de aumento de R$ 0,15 na tarifa técnica desagradou campo-grandenses
Clayton Neves, Thalya Godoy –
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A expectativa de aumento da tarifa do transporte coletivo de Campo Grande, após reunião que definiu a tarifa técnica em R$ 5,95, não agradou quem depende do ônibus diariamente para ir e voltar do serviço ou dos estudos devido à qualidade do serviço prestado.
Representantes da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) e do Consórcio Guaicurus aprovaram, na última quinta-feira (12), o aumento de R$ 0,15 na tarifa técnica do transporte coletivo de Campo Grande, subindo para R$ 5,95. O valor que será cobrado dos passageiros dos ônibus é menor e ainda será definido pela prefeitura.
A tarifa técnica corresponde ao total que é repassado ao Consórcio Guaicurus por passagem, somando a tarifa paga pelos usuários e subsídios da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado.
O Midiamax ouviu pessoas que pegam até oito ônibus por dia e as principais reclamações são sobre a demora e a falta de ar-condicionado, um recurso que seria especialmente bem-vindo nos dias de calorão que castigam Mato Grosso do Sul.
Uma nova onda de calor está programada para iniciar nesta quinta-feira (14), no Estado, com expectativa que os termômetros alcancem novamente a casa dos 40ºC.
Vinicius Rodrigues de Souza, de 21 anos, usa o transporte coletivo diariamente para a faculdade e serviço. Ao todo, esse trajeto de ida e volta faz com que o campo-grandense pegue oito ônibus todos os dias. O estudante avalia que se, o passe subir, fará uma grande diferença para ele no fim do mês.
Ele pontua que os piores horários para pegar ônibus são de manhã, nos horários de pico, quando gasta mais tempo dentro do transporte. “Vai abarrotado de gente pendurada na porta, não tem como […] faz falta o ar-condicionado nessa onda de calor que a gente teve, muitas pessoas passaram mal e esse calor está voltando”, afirma.
Já Vitor Gomes, de 25 anos, pega seis ônibus e gasta quatro horas dentro do ônibus todos os dias para ir ao trabalho. Na avaliação dele, o serviço do transporte é “péssimo”. “Nós pagamos caro, faltam ônibus e também demora muito”, ele conta.
O jovem diz que o calor dentro do ônibus é alto e que ver o ar-condicionado ligado é raridade. “Tem só uma linha que de vez em quando dou sorte de pegar com ar-condicionado. É um serviço de péssima qualidade e o preço não se justifica”, avalia.
As reclamações sobre a falta de ar-condicionado também não escapam entre os mais velhos. Wilson de Jesus Vasques, de 60 anos, diz que o serviço “está bom”, porém pontua que os ônibus precisam de ar-condicionado. Entre os novos carros, entregues em junho deste ano, o recurso não vence o calor e não cumpre a função de refrigerar.
“O motorista liga, mas ao invés de sair frio, sai ar quente e as pessoas que estão indo trabalhar acabam ficando com a roupa toda molhada de suor”, lamenta.
O homem usa diariamente seis ônibus e gasta três horas no transporte coletivo. Contudo, em dias de feriado, esse tempo tende a dobrar. “Em feriados, já aconteceu de tirarem ônibus e eu ficar no fim de semana três horas em função de ônibus”, acrescenta.
A demora do ônibus é a principal reclamação de Daniel Oliveira Martins, de 21 anos. O jovem usa o transporte coletivo todos os dias e precisa sair mais cedo de casa para chegar a tempo em todos os compromissos.
“Aumento não se justifica porque não são feitas melhorias, como em segurança e sinalização dentro do ônibus. Muitas cordinhas têm problemas, o botão de acessibilidade é comum ver que não prestam e o calor de Campo Grande é bravo, então seria muito legal ter o ar-condicionado. Então, se for aumentar é melhor ter melhorias”, ele pede.
O Midiamax solicitou uma nota do Consórcio Guaicurus sobre as reclamações da população e aguarda resposta. O espaço continua aberto para manifestações.
Valor do passe ao usuário segue indefinido
O Midiamax consultou a Agereg sobre o tema e a resposta é que ainda precisam ser feitos cálculos sobre a tarifa e que não há como prever se o novo valor será decidido ainda neste ano ou ficará para 2024.
De acordo com o Gerente executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Strengari, a tarifa técnica de R$ 5,95 não seria a ideal, mas eles aguardam a decisão final da Prefeitura de Campo Grande sobre o tema.
“Por enquanto, só foi aprovado no Conselho de Regulação, mas ainda tem que sair decreto. Às vezes, pode sair valor diferente, tudo isso passa por subsídios”, ele explica.
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