Com um feito inédito, três estudantes do 8º ano da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meireles, localizada em Campo Grande, alcançaram a fase final da Febic (Feira Brasileira de Iniciação Científica). Durante as férias escolares, os alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino) se dedicaram a criar um protótipo de anemômetro, instrumento utilizado para medir a velocidade do vento, utilizando materiais recicláveis.

No início, Vitória Brandão, Milena Gabriele Borema e Everton José Gomes, todos com 13 anos, não estavam muito confiantes com o resultado que alcançariam. Eles relatam que experimentaram ansiedade durante o processo de criação do protótipo e até voltaram à escola durante as férias de julho para trabalhar no projeto, que, posteriormente, teve um resultado excelente.

Um total de 120 escolas de todo o Brasil se inscreveram na Febic, incluindo quatro de Mato Grosso do Sul. Somente o projeto da Escola Tertuliano chegou à fase final, o que permitirá que esses alunos representem o Estado na feira.

O Professor de Matemática, Juscelino Rodrigues, foi responsável por inscrever o protótipo na feira, e destaca que essa é uma conquista inédita para a escola.

“Foi a primeira vez que inscrevi a escola para disputar o prêmio e também é a primeira vez dos alunos num concurso como esse. A gente fica ansioso, mas sabendo da qualidade da construção, do ensinamento, de tudo”.

Com uma equipe diversificada, Juscelino selecionou alunos bons em cálculos, escrita e oralidade.

“Cada um tem um perfil, eu apresentei a ideia e eles toparam na hora, mas o processo para construção do protótipo foi demorado, trouxe desafios, mas no fim deu tudo certo”, explica o professor.

Protótipo criado pelos alunos
Alunos da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meireles (Foto: Divulgação, Reme)

Processo desafiador

O processo de criação do anemômetro, que calcula a velocidade do vento e auxilia a determinar o local ideal para instalação de energia eólica, exigiu muito empenho e dedicação dos alunos.

Para alcançar o resultado final, eles construíram três protótipos e utilizaram canudos, copos descartáveis e varas de bambu.

Apesar dos desafios enfrentados durante o projeto, Vitória pensou em desistir, mas o apoio dos colegas a manteve confiante na ideia.

“No começo eu não estava muito confiante porque a gente nunca fez nada parecido, deu errado várias vezes e quando soube da nossa classificação eu fiquei muito feliz”.

Everton destaca que foi necessário um processo minucioso para alcançar o sucesso do projeto.

“A gente fez com produtos recicláveis o protótipo, o copo tinha que segurar para poder rodar as hélices com o vento”, explicou o estudante.

Com o protótipo em mãos, os alunos conduziram testes, realizados no topo do muro da escola.

“O vento faz com que a parte das varas de bambu que seguram os copos girem e, dessa forma, o anemômetro é capaz de calcular a velocidade que o vento está se deslocando”, explicou Milena.

Agora, os alunos se preparam para viajar até a cidade de Pomerode, em Santa Catarina, onde irão apresentar o projeto pessoalmente. O evento está programado para ocorrer entre os dias 2 e 6 de outubro.