Coruja branca? Ave ‘diferentona’ chama atenção de moradores na Chácara dos Poderes

Moradores chegaram a pensar que coruja teria albinismo

Monique Faria – 09/09/2023 – 16:11

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Coruja foi encontrada na entrada do bairro Chácara dos Poderes. (Reprodução, Leitor Midiamax)

Neste sábado (9), uma coruja de cor branca foi avistada na entrada da Chácara dos Poderes e chamou a atenção dos moradores, que pensaram se tratar de uma ave albina. Segundo biólogo, ave não apresenta albinismo, e sim condição chamada Leucismo, mutação genética que altera cor da plumagem.

O diretor comercial, Cristian Rodrigo Ruiz Davalos, fotografou o animal quando voltava do serviço com o pai. De início pensou que se tratava de uma sacola plástica, mas logo percebeu que se tratava de uma coruja. O morador da Chácara dos Poderes enviou vídeos e fotos do animal no grupo do WhastApp do bairro, aguçando a curiosidade dos demais moradores.

“No grupo falaram que podia se tratar de uma coruja albina. Muita gente perguntou a localização exata dela, mas não quis passar, com medo de irem até lá e pegarem ela”, afirma.

Segundo o biólogo, Milton Longo, a espécie da coruja em questão é a Tyto Alba, mais conhecida como Coruja-da-igreja, Suindara ou Rasga-mortalha. Apesar de parecer albina, a ave tem penas com mais pigmentação ao redor da parte ocular, e os olhos não são de cor avermelhada, características do albinismo nesses animais.

“Seria um leucismo mesmo, uma boa dominância da falta de pigmentação. O leucismo pode ser todo o branqueamento e algumas partes ficam com alguma pigmentação, mas nesse caso não é albinismo, que também tem uma frequência relativamente baixa em aves”, afirma o biólogo.

Após a publicação da reportagem, leitor do Jornal Midiamax indicou a possibilidade da coruja se tratar de outra espécie parecida com a indicada pelo biólogo, a Asio clamator, ou coruja-orelhuda.

Mitos associados a Rasga-mortalha

Uma antiga lenda diz que o grito da coruja Rasga-mortalha seria um ‘mau agouro’, anunciando a morte de alguém. Mortalha é o nome dado ao tecido que envolve o cadáver antes do sepultamento, e Rasga-mortalha vem do som que tal tecido faz ao ser rasgado, semelhante ao som que a coruja emite.

O mito ajuda a disseminar o temor das pessoas em relação às corujas suindara, podendo se transformar em uma ameaça para a espécie. “Isso entra em um problema de ameaça porque as pessoas não querem ver elas por perto”, afirma Milton Longo.

Mas, diferente do que muitos pensam, a coruja rasga-mortalha é uma das aves mais úteis do mundo, por serem predadoras de roedores e insetos, afastando esses animais das casas e evitando disseminação de doenças.

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