Anunciadas pelo nesta semana, as novas regras do Programa Minha Casa, Minha Vida animaram o setor imobiliário de Mato Grosso do Sul, que projeta aquecimento no mercado e aumento na procura de interessados em comprar o primeiro imóvel. Com linha de subsídios e redução das taxas de juros, corretores esperam aumento de até 30% no total de contratos fechados em 2023.

Conforme divulgado pela Econômica Federal, as novas regras do Programa variam de acordo com a renda das famílias. Na faixa 1, aparece quem ganha até dois salários mínimos, na 2, quem recebe até R$ 4,4 mil por mês. 

Para os dois primeiros grupos, o subsídio do Governo – valor do financiamento que é pago pelo Programa – aumentou de R$ 47,5 mil para até R$ 55 mil, já o valor máximo dos foi tabelado entre R$ 190 e R$ 264.

Outra mudança para as faixas 1 e 2 está na cobrança de juros do financiamento, que foi alterada de acordo com as regiões do País. No Centro-Oeste, onde fica Mato Grosso do Sul, a taxa caiu de 4,5% para 4,25% ao ano. 

Já para famílias na faixa 3, com renda mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil, não será concedido subsídio do Governo. O grupo poderá financiar imóveis de até R$ 350 mil e os juros são de, no máximo, 8,16% ao ano.

O que diz o Creci-MS

Presidente do Creci-MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis 14ª Região), Eli Rodrigues explica que as novas regras beneficiam a população e trazem fomento no mercado imobiliário.

“Com as novidades, agora mais pessoas terão a possibilidade de realizar o sonho da casa própria. E o mercado imobiliário tem a possibilidade de trazer novos clientes para o programa”, ressalta.

Para ele, apesar do avanço positivo, o ideal seria se o programa aumentasse o teto de renda bruta familiar mensal de R$ 8 mil para R$ 10 mil reais.

“Esse aumento facilitaria mais ainda a vida de quem não consegue fazer um financiamento. A parcela do financiamento é em torno de 30% da renda mensal, e assim conseguiria reduzir o valor da entrada”, opina o especialista.

Em Campo Grande, as regiões da cidade com maior número de casas aderindo ao programa são Noroeste, Aero Rancho, Nova Lima e Los Angeles.

Aumento de até 30% 

Corretor há 8 anos, Rafael Bassoto mantém expectativas altas e espera aumento de 25% a 30% na procura por novos financiamentos. 

“As novas regras são positivas e deixam o mercado mais atrativo. Com o aumento do valor do imóvel e redução das taxas de juros, que estavam em patamar alto, as pessoas têm incentivo para realizarem o sonho da casa própria”, comenta. 

Segundo ele, a realidade do mercado já se mantinha positiva em anos anteriores, agora, a tendência é de ainda mais expansão para o setor. “Para quem antes pagava quase 11% de juros em um imóvel de R$ 350 mil e agora passa a pagar 7%, a diferença influencia bastante”, finaliza. 

Acompanhando o pensamento do colega, a corretora Jaqueline Lamera também prevê mais pessoas realizando o sonho da casa própria. “O programa já atendia parte da população, mas agora, a expectativa é grande porque são mais possibilidades de imóveis e incentivos de acordo com o poder aquisitivo”, acrescenta.