Conselheira tutelar agredida por PM em Campo Grande pede indenização de R$ 50 mil na Justiça
Ela foi agredida enquanto defendia adolescente infrator e pede que sargento a indenize em R$ 48.480
Nathália Rabelo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A confusão entre conselheira tutelar e policial militar de Campo Grande, ocorrida em dezembro de 2022 quando mulher tentou defender adolescente do policial, foi parar na Justiça de Mato Grosso do Sul. Isso porque a profissional entrou com ação de danos morais cobrando quase R$ 50 mil do servidor, que teria agredido ela e maltratado o adolescente.
A petição foi registrada no dia 10 de março. No documento, a defesa da profissional explica que a cliente trabalha em guarnição da Polícia Militar. No dia 23 de dezembro de 2022, os policiais teriam levado um adolescente de 11 anos, apreendido por furto na Capital.
Na ocasião, a conselheira tutelar ficou incomodada com o tratamento do sargento contra o menino. Ela alega que o homem segurou o menor à força pelo colarinho e o jogou na cadeira da sua sala.
“O menino chorava copiosamente com a situação. Diante da cena, a conselheira advertiu o policial dizendo-lhe que não poderia agir daquela maneira e com tamanha violência, informando-lhe, ainda, que poderia ser representado pela conduta desidiosa”.
Agressividade e descontrole emocional
Nessa hora, a conselheira relata que o sargento começou a tratá-la com agressividade, gritando e indo embora, sem dar um parecer do motivo do adolescente ter sido levado até repartição do conselho tutelar. A profissional teria ido atrás do policial para impedi-lo de ir embora, quando o homem teria pegado o seu celular e jogado no chão.
“Após, a agrediu, segurando-a fortemente nos dois braços, empurrando-a contra a porta do Conselho, causando-lhe lesões nos braços, que ficam arroxeados. Neste momento foi preciso que o recepcionista intervisse para que a Conselheira não fosse ainda mais agredida, já que o Sargento apresentava sinais de muito descontrole emocional”, diz o advogado. Diante da situação, o adolescente fugiu do local.
Mulher foi levada para a delegacia
Após a situação ocorrida no dia 23 de dezembro, a Polícia Militar foi acionada e levou a conselheira tutelar até a delegacia sob a alegação de que ela teria xingado o sargento. Ela registrou boletim de ocorrência e passou por atendimento no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) devido às agressões sofridas.
Ação de danos morais
Assim, a conselheira tutelar entrou com ação de danos morais contra o sargento e pede pagamento de R$ 48.480. Na petição, a defesa elenca que o Estado é responsável pelos danos causados aos indivíduos por seus agentes e exclui a culpa da conselheira. A mulher pede também a condenação do sargento ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
Ação não teve manifestação do sargento até o momento. No entanto, uma audiência de conciliação está prevista para acontecer de forma online no dia 11 de julho. Alexandre Branco Pucci, Juiz de Direito da 6ª Vara do Juizado da Fazenda Pública e da Saúde Pública, da comarca de Campo Grande, enviou um mandado de citação e citação da audiência para o acusado.
O Jornal Midiamax também pediu posicionamento da Polícia Militar para informar se houve investigação quanto à conduta do sargento e se a repartição vai participar da audiência de conciliação. Espaço segue aberto para manifestações.
Relembre o caso
A confusão entre policiais militares e a conselheira tutelar terminou na delegacia em Campo Grande no dia 23 de dezembro do ano passado. Conforme a profissional, ela estaria trabalhando na unidade de assistência social no Bairro Monte Castelo quando a equipe policial chegou com o adolescente, buscando por informações.
Ela explica que, ao atender os militares, um deles teria jogado a criança em uma cadeira com força excessiva. “Jogaram a criança na minha sala como se fosse um bandido, foi assim que entendi”, disse a conselheira tutelar.
Ainda buscando entender a situação, ela conta ter tentado dialogar com um dos policiais, que teria respondido de forma grosseira.
“Eu falei que a atitude dele cabia uma representação, ele saiu da sala e fui atrás dele para saber o nome. Assim, ele segurou nos meus braços. Eu estava ali protegendo [o adolescente], porque esse é o meu papel”, contou.
De acordo com o supervisor de operação da PM (Polícia Militar), tenente-coronel Rocha, a situação começou após os agentes receberam uma ocorrência de furto em comércio.
Após a apreensão em flagrante do adolescente, os policiais teriam ido ao conselho na tentativa de descobrir a identidade do menino. No local, os policiais afirmam não terem agredido o suspeito durante a condução.
“Tiveram todo um cuidado a integridade [do adolescente]. A Polícia Militar, mais do que nunca, está bastante atenta a esses procedimentos com crianças e adolescentes”, explicou Rocha na época. Segundo os militares, a conselheira teria intervindo na ação dos militares ao acreditar que os mesmos estariam usando força excessiva contra o adolescente.
Por fim, a confusão resultou na fuga do adolescente apreendido. Por conta disso, a situação acabou na Delegacia de Polícia Civil, onde a conselheira representou contra os policiais e os militares alegram desacato. Caso segue em tramitação na Justiça de Mato Grosso do Sul.
Notícias mais lidas agora
- Em fase de cálculos, novo valor da tarifa deve ser anunciado ainda nesta semana em Campo Grande
- Policial da reserva em ‘surto’ mobiliza Bope e Choque no Parque dos Novos Estados
- VÍDEO: Fotógrafo de Campo Grande registra passagem do cometa mais brilhante de 2025
- Policial militar da reserva em surto mobiliza equipes por mais de 11 horas
Últimas Notícias
‘Tranca calçada’ tem três dias para retirar corrente no Portal Caiobá
Caso não siga determinação, morador pode ser multado em R$ 3,2 mil
Prefeitura de Bataguassu publica convênio de R$ 2,6 milhões para educação infantil
Associação Beneficente Irmã Pura Pagani tem capacidade de atender até 320 crianças
Gaeco denuncia 19 pessoas por envolvimento em quadrilha que usava viaturas da polícia para transportar cocaína
Entre os denunciados estão policiais, advogados, comerciantes e o líder da organização criminosa
Inimiga do entretenimento? Gracyanne Barbosa faz confissão constrangedora no BBB 25: ‘a planta sou eu’
Modelo perdeu os holofotes com muita rapidez e, sem um conflito na casa, assumiu com todas as letras o papel de planta
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.