Donos de empresas que funcionam na avenida Hayel Bon Faker pedem sinalização em canteiros para orientar condutores de carros e motocicletas. A reclamação ganhou coro após o acidente ocorrido na tarde do último sábado (27).

De acordo com empresários, a avenida teve a pista alargada em obra executada pelo governo do Estado há alguns anos, o que facilitou o fluxo de veículos, mas diante da falta de sinalização há uma alta incidência de acidentes. A maioria, segundo relatos, é de pequenas avarias.

“É uma pista extremante rápida, mas que precisa ser melhor sinalizada. Muitos condutores fazem conversões em locais proibidos. Como não existem placas de orientação, muitos acabam se envolvendo em acidentes”, explica o dono da garagem que gravou o momento da colisão entre o carro e a caminhonete.

Segundo ele, as passagens abertas nos canteiros deveriam ser utilizadas apenas por pedestres, cadeirantes ou no máximo ciclistas. “Mas não é acontece, uma vez que esse tipo de desobediência tem ocorrido com frequência. Apesar da guia para deficientes visuais, não existe faixa de pedestre”, reclama o comerciante.

O paranaense Felipe Martins, de 27 anos, é dono de uma academia na região e diz que até hoje ainda não compreendeu muito bem o funcionamento dessas passagens existentes ao longo da avenida.

Abertura no canteiro não possui sinalização (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Condutores desobedientes

“Já que são para cadeirantes ou pedestres, como já me informaram, essas aberturas precisam ser melhor identificadas”, comenta Martins, ressaltando ainda que elas deveriam ser mais estreitas. “Dá para passar um carro de passeio por esses vãos”, completa.

Outro que já testemunhou alguns acidentes provocados pelas conversões proibidas é o pintor Adonias José da Silva, morador do Jardim Itália, que precisou atravessar a avenida exatamente na passagem onde aconteceu a colisão entre o Fiat Pálio e a caminhonete.

Reportagem do Midiamax flagrou motociclista em conversão proibida (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

A reportagem do Midiamax esteve no local onde aconteceu o acidente, nas proximidades do cruzamento com a rua Vereador João Damasceno Pires. Na pista ainda estão partes do para-brisa traseiro do Fiat e também da lataria dos veículos. No momento que ouvia relatos dos comerciantes, um motoqueiro foi flagrado em conversão proibida.

“Tá vendo lá, disse uma proprietária de uma loja de materiais de construção. Os motociclistas são os mais imprudentes”, relata a comerciante no momento em que um rapaz em uma motocicleta Honda cruzava para o outro da avenida. Ela disse que se nenhuma providência for tomada, a tendência é acontecer acidentes graves como o que ela presenciou no sábado.

Procurada pela reportagem do Midiamax, a diretora-presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Mariana de Souza Neto, explicou que a maioria das conversões proibidas é praticada por condutores de motocicletas e que o órgão tem intensificado as fiscalizações no local.

“A gente faz a fiscalização ali no local, mas não tem como ficar o tempo todo. Estamos buscando formas para sinalizar e chamar a atenção do condutor. Entretanto, não podemos colocar obstáculos porque é uma passagem para pedestres e para pessoas com dificuldades de mobilidade”, ressalta a diretora-presidente da Agetran.

Entenda o acidente

Uma mulher ficou ferida após uma colisão entre um carro de passeio e uma caminhonete na tarde de sábado (27), na Avenida Hayel Bon Faker, em Dourados, a 229 quilômetros de Campo Grande. Com o impacto da batida, a vítima foi jogada para fora do veículo pelo porta-malas.

Segundo informações apuradas até o momento, a vítima estava no banco do passageiro do veículo Palio quando o condutor fez uma conversão proibida e colidiu violentamente contra a caminhonete Silverado.

Imagens registradas por câmeras de segurança de um estabelecimento comercial da região mostram o momento da batida e a mulher sendo jogada para fora do carro pelo porta-malas, ‘voando’ e parando na calçada do outro lado da rua.

A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital da Vida, segundo informações ela está na área verde, consciente e aguarda avaliação de um cirurgião de coluna. Os demais envolvidos no acidente não tiveram ferimentos graves.

Restos da colisão entre os dois veículos ainda podem ser vistos (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)