Listada no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) como uma umas das cidades com maior índice de crescimento da região Centro Oeste, Dourados completa nesta quarta-feira (20) 88 anos de existência.

A data será comemorada com inauguração de uma ponte que liga o Bairro Estrela Porã à Vila Roma, missa na Catedral de Nossa Senhora da Conceição. A festa será encerrada com queima de fogos na Praça Antônio João.

Entretanto, com 243.368 mil habitantes, os números do IBGE ficaram abaixo da projeção feita pelo instituto no final do ano passado, que era de 261 mil habitantes. O resultado também mostra que, em relação ao levantamento de 2010, a cidade teve um crescimento populacional de 47.333 habitantes.

Por outro lado, em 1970, a população do município era de pouco mais de 79 mil habitantes, pulando para 106.500 em 1980, quase 136 mil dez anos depois e, 165 mil na virada do século. Atualmente, considerando a área do município de 4.062 km², a densidade demográfica de Dourados é de 59,91 habitantes por quilômetro quadrado.

Segundo o Censo, Dourados teve uma taxa de crescimento anual em relação ao último levantamento de 1,84%, ou seja, a taxa geométrica de crescimento de sua população residente é de quase o dobro se comparado a do Estado de Mato Grosso do Sul, que é de 0,99% ao ano, e está entre as 20 maiores do país.

Para o prefeito Alan Guedes, o aumento demográfico mostra também a importância de Dourados na região Centro-Oeste. O município foi classificado entre os dez mais bem colocados da região no ranking elaborado pelo Programa Cidades Sustentáveis, através do IDSC-BR (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades do Brasil).

“Para se ter uma ideia, essa diferença no número de habitantes entre 2010 e 2022 é maior que quase todas as cidades de Mato Grosso do Sul. Ou seja, Dourados cresceu uma cidade média do Estado. Assim, podemos buscar mais investimentos para saúde, educação e infraestrutura, proporcionalmente a esse aumento populacional”, afirma Guedes.

‘mocinha deslumbrada’

“Difícil não se apaixonar por Dourados e por essa tranquilidade que ela emana. Tem hora momentos que ela tem uma aparência de senhora, em outros tem um jeito de uma mocinha deslumbrada que sabe que que vai crescer e ficar ainda mais bonita”, comenta a professora Juliana Matheus Vieira.

“Esse desenvolvimento populacional apontado pelo censo ao mesmo tempo que me deixa feliz, cria uma certa preocupação. Não quero que ela cresça tanto. Gosto dessa mistura de cidade grande com um certo jeitão provinciano”, pondera o empresário do ramo de alimentos, Osvaldo Rodrigues Nascimento.

O levantamento do último  IBGE também faz um mapeamento do salário mensal dos trabalhadores. Nesse aspecto, a segunda maior cidade MS tem média de 2,4 salários mínimos.

Apesar de ser um município que tem o agronegócio como carro-chefe da economia, com PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 48.135,57 no ranking brasileiro aparece em 646º lugar, e no Estado, ocupa a 18ª posição.

“Aqui em dourados só não trabalha quem realmente quem não quer. Temos espaços para todas as profissões. Em alguns casos dá até para se dar ao lugar de fazer escolhas”, comenta o economista Dirceu Moreira Aquino.

A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total é de 31,1%. Na comparação com os outros municípios do Estado, ocupava as posições 18 de 79 e 9 de 79, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 646 de 5570 e 458 de 5570, respectivamente.

Em 2021, o salário médio mensal era de 2,5 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 31,1%. Na comparação com os outros municípios do Estado, ocupava as posições 18 de 79 e 9 de 79, respectivamente.

Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 30,8% da população nessas condições, o que o colocava na posição 72 de 79 dentre as cidades do estado e na posição 4531 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Com taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade, 97,1%, no setor educacional, entre os 5.570 municípios, Dourados está na 3514ª posição, e 38ª em âmbito estadual. A média do IDEB em relação aos iniciais é nota 5,0, enquanto em relação aos anos iniciais é 4,5.

À espera da vacina contra a dengue

A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 8,98 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 1 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do Estado, fica nas posições 47 de 79 e 44 de 79, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 3033 de 5570 e 2419 de 5570, respectivamente.

Dourados apresenta 50,7% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 96,9% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 28,2% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).

Quando comparado com os outros municípios do Estado, fica na posição 8 de 79, 27 de 79 e 6 de 79, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 2201 de 5570, 588 de 5570 e 1321 de 5570, respectivamente.

Nas últimas semanas a cidade vive a expectativa anunciada pela prefeitura da vacinação em massa contra a dengue e que já causa um alívio em alguns moradores. “É uma cidade muito gostosa pra gente viver. Mas confesso que fico assustada com os números da dengue e que que agora podem diminuir a partir do próximo ano”, comenta a dona de casa Esther Mendonça.